Sinal de celular não pega em 70% dos municípios pequenos

Uma pesquisa da Famurs revelou um alto grau de insatisfação dos gestores municipais com a qualidade dos serviços de telecomunicação no Rio Grande do Sul. De acordo com o estudo, 70% das 322 cidades com menos de 10 mil habitantes têm problemas com sinal de telefonia celular. O relatório foi apresentado nesta segunda-feira (24/6) pelo presidente Ary Vanazzi, na Assembleia Legislativa, durante audiência da CPI da Telefonia.

Conforme o levantamento, nove em cada dez municípios gaúchos apresentam precariedade na qualidade do sinal na zona rural. Para o presidente da Federação, a falta dessa tecnologia no campo contribui para o êxodo rural que, por sua vez, prejudica a econômica do estado, baseada na agropecuária. "O problema da telefonia tem trazido prejuízos enormes para os municípios como o esvaziamento do campo", alertou.

Como solução para o problema, o dirigente da entidade defende o fim do monopólio das grandes operadoras. Vanazzi propõe a criação de programas de governo que incentivem pequenas empresas a oferecerem o serviço e o financiamento de crédito para cooperativas de eletrificação rural que distribuam sinal de telefonia no campo. "Precisamos de uma fiscalização mais rigorosa das telefônicas para que invistam também nas zonas rurais", reivindicou.

3G fora da realidade

Outro dado que preocupa o presidente da Famurs é a falta de internet nas pequenas cidades e naquelas mais afastadas dos grandes centros urbanos. Segundo o estudo, a tecnologia 3G não está presente em 60% municípios com menos de cinco mil habitantes. Também deficiente é a conexão de alta velocidade. Pela pesquisa, um em cada quatro municípios ainda não possui internet banda larga. Na região norte do estado, apenas 59% das cidades dispõem desse serviço.

Não há restrição para antenas

Argumento de operadoras para a má qualidade dos serviços de telefonia, a dificuldade para a instalação de novas antenas não se confirma no estudo da Famurs. Segundo o levantamento, sete em cada dez gestores afirmam que seus municípios não têm legislação restritiva para a colocação de torres de sinal. Conforme o estudo, 77% das prefeituras sequer recebeu solicitação das operadoras.

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