Emater: campo forte e desenvolvido

Para que um empreendimento no campo prospere, os serviços de assistência técnica e extensão rural são fundamentais. Ainda mais para a agricultura familiar, que depende desta ação social, onde os produtores necessitam de novos conhecimentos e tecnologias para se profissionalizar, melhorando a qualidade de vida de suas famílias. Há quase 60 anos, a Emater/RS-Ascar desenvolve um trabalho que transformou a produção do nosso Estado. Esse esforço, porém, corre riscos de ser interrompido.

Tudo por conta de um impasse que já dura duas décadas: o caráter filantrópico da Emater está sendo questionado judicialmente. No ano passado, um acordo com a União garantiu a renovação desse status até 2017. No entanto, um processo movido pela entidade foi rejeitado pela Justiça, o que fez com que o Ministério do Desenvolvimento Social revogasse a decisão. Sem esse título, dívidas com a Previdência Social que ultrapassam os R$ 2 bilhões cairiam em seu colo. Para que tenhamos a verdadeira dimensão do problema: seu patrimônio é de R$ 30 milhões, e o orçamento para este ano é de aproximadamente R$ 300 milhões. Ou seja: a conta não tem como fechar.

Caso esse cenário se confirme, os prejuízos à agricultura serão graves e imediatos. Os serviços oferecidos pela entidade ficarão inviabilizados, prejudicando 250 mil famílias a cada ano. Estamos falando de pequenos produtores que dependem do campo para tirar seu sustento. São trabalhadores que, em muitos casos, têm na Emater a única chance de obter formação e conhecer novas técnicas para competir no mercado.

Há alguns dias, tivemos a notícia de que será instalada uma Câmara Técnica de Conciliação junto à Advocacia Geral da União para discutir a situação da entidade. Em nome de todos os prefeitos gaúchos, a Famurs está acompanhando e apoiando essa causa. Um campo forte e desenvolvido é condição para que o Rio Grande do Sul cresça mais, mantendo o produtor no campo e fornecendo alimento de qualidade para os cidadãos urbanos. E isso depende do trabalho da Emater. Defender a instituição, portanto, deve ser a luta de todos nós.

Presidente da Famurs (Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul) e prefeito de Tapejara

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