O protesto dos caminhoneiros no Rio Grande do Sul gerou problemas de abastecimento em pelo menos 307 municípios gaúchos, segundo levantamento da Famurs.

O protesto dos caminhoneiros no Rio Grande do Sul gerou problemas de abastecimento em pelo menos 307 municípios gaúchos, segundo levantamento da Famurs. Ao todo, 16 das 27 regiões do Estado apresentaram problemas em função dos bloqueios das estradas. O principal transtorno foi a falta de combustível, que afetou o transporte escolar de muitos municípios. Cerca de 60 prefeituras tiveram que suspender as aulas.

Também há registros de escassez de alimentos em supermercados, de ração para animais e até de remédios em cidades de todo RS. Entre outros serviços públicos afetados, algumas prefeituras necessitaram paralisar obras de asfaltamento em estradas. Em algumas cidades não está sendo realizada a coleta do lixo. No campo, problemas no recolhimento e na distribuição do leite obrigam agricultores de todas as regiões do Estado a jogar o produto fora.

De acordo com o presidente da Famurs e prefeito de Tapejara, Seger Luiz Menegaz, a entidade considera justa a reivindicação dos caminhoneiros e articula uma alternativa de diálogo com governo federal para resolver o problema. “O objetivo é evitar prejuízos econômicos e sociais aos municípios e a sua população”, resumiu Menegaz. “Neste momento, estamos acompanhando a evolução dos fatos e o reflexo nos serviços essenciais dos municípios, como nas áreas da saúde e da educação”, acrescentou.

O assunto já havia sido tema de debate na última Assembleia de Verão, realizada na semana passada, em Capão da Canoa. Na ocasião, os prefeitos manifestaram preocupação com o impacto dos protestos nos municípios gaúchos. Palestrante do evento, o ministro de Relações Institucionais, Pepe Vargas, recebeu as reivindicações dos prefeitos, garantiu a abertura de diálogo com os caminhoneiros e comunicou as medidas que o governo federal adotaria.

Economia de gasolina para emergências na saúde

Conforme o presidente da Associação dos Municípios da Zona da Produção (Amzop) e prefeito de Pinhal, Edmilson Pellizzari, a falta combustível na região prejudica o transporte escolar e as obras de infraestrutura. “Estamos tendo que economizar gasolina para ter um reserva em caso de emergências da saúde”, revelou. “As indústrias de laticínios não estão recebendo leite, e os produtores já estão colocando leite fora”, lamentou Pellizzari. “A situação está ficando dramática”, resumiu.

Em Palmitinho, região norte do Estado, a situação também é calamitosa. Conforme o prefeito Luiz Carlos Panosso, a paralisação já atinge os caminhões de ração. “Os suinocultores não têm mais como alimentar os animais, os porcos estão se alimentando de outros porcos, e a nossa economia vai ter problemas muito sérios”, descreveu o prefeito Luiz Carlos Panosso. O bloqueio dos caminhões de ração também atinge a avicultura.

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Data de publicação: 04/03/2015