O desenvolvimento de indústrias de base setor florestal passa pela derrubada de entraves jurídicos e ambientais que comprometem novos projetos.

O desenvolvimento de indústrias de base setor florestal passa pela derrubada de entraves jurídicos e ambientais que comprometem novos projetos. Cerca de R$ 37 bilhões de investimentos na área florestal foi suspenso e mais de 40 mil empregos não foram gerados por causa de burocracia e morosidade. A soma foi apresentada pelo diretor-presidente daCelulose Riograndense, Walter Lídio Nunes, nesta quinta-feira (12/12), na sede da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul. Ele foi o painelista da 2ª edição do Pauta Famurs. Com o tema “Setor Florestal Gaúcho – Oportunidades, Desafios e Ações Necessárias para o seu Fortalecimento”, o encontro reuniu cerca de 60 pessoas, entre prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e empresários do ramo.

Apesar da Celulose Riograndense ter anunciado o maior investimento privado da história do Estado no valor de R$ 5 bilhões, Walter Lídio acredita que outros projetos alavancariam ainda mais a economia do país. Durante o encontro, o empresário destacou o resultado de uma pesquisa feita em 16 países para defender a necessidade de desburocratizar os investimentos no setor florestal. Segundo Walter Lídio, o Brasil é o único dos 16 que não possui um órgão específico para tratar de assuntos florestais. “Em nenhum desses países o setor florestal está ligado ao Ministério de Meio Ambiente. Aqui o setor fica sempre numa perspectiva ambiental, em detrimento da atividade econômica”, alertou. “Acaba sendo um verdadeiro calvário para vencer todas as etapas de instalação de uma empresa. A demora na concessão de licenças é vista como símbolo de eficiência ambiental. Trata-se de uma imensa burocracia que temos que suportar”, desabafou o painelista.

Burocracia bloqueou R$ 60 bilhões em investimentos

Entre os entraves para investimentos florestais no Brasil, destaque para o parecer da Advogacia Geral da União (AGU). O documento restringe a aquisição de terras por empresas brasileiras de capital estrangeiro. É este parecer, segundo Walter Lídio, o principal responsável pela perda de R$ 60 bilhões até 2017 – sendo R$ 37 bilhões em investimentos na área florestal (cultivo) e papel e celulose (exploração industrial); R$ 7 bilhões em grãos (soja e milho) e algodão (cultivo e processamento); e ainda R$ 16 bilhões em cana de açúcar (cultivo) e açúcar/etanol (produção).

Conforme o presidente da Famurs, Valdir Andres, essa medida prejudica o desenvolvimento dos municípios gaúchos. “Esse parecer da AGU cria uma série de problemas às empresas brasileiras com capital estrangeiro. A Famurs defende a modificação desse parecer. Queremos um tratamento igual, pois são empresas brasileiras que usam capital internacional como empresas de todo mundo usam”, comparou.

Setor florestal rende U$ 17 bilhões ao ano

Enquanto a China possui 77 milhões de hectares plantados, o Brasil tem apenas 7 milhões. Se comparado ao Japão que cobriu 28% do território com de florestas comercias, o Brasil também fica atrás: apenas 0,8% da área é voltado ao reflorestamento. Apesar dos baixos números, as indústrias de base florestal no Brasil movimentam mais de U$ 17 bilhões por ano para a economia nacional, representando 3,1% das exportações e gerando uma receita anual de R$ 7,6 bilhões de impostos.

O Rio Grande do Sul é um dos estados brasileiros com maior potencial para o desenvolvimento do setor. O Estado contém polos florestais em sete regiões: Serra, Centro-Sul, Litoral, Alto Uruguai, Zona Sul, Campanha e Fronteira Oeste. As indústrias de reflorestamento são responsáveis por 3,4% do PIB estadual e geraram 326 mil empregos diretos e indiretos nos últimos anos. O vice-presidente daAssociação Gaúcha de Empresas Florestais(Ageflor), Luiz Augusto Alves, reforçou a importância do setor florestal para o desenvolvimento do Rio Grande. “Temos uma oportunidade única para gerar emprego e renda através do nosso setor”, observou.

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Com o tema "Conversando, a gente evolui", o Pauta Famurs é direcionado para prefeitos gaúchos e demais gestores municipais. O segundo encontro aconteceu no dia 12 de dezembro de 2013, na sede da entidade. O convidado foi o diretor-presidente da Celulose Riograndense, Walter Lídio Nunes. Com o tema "Setor Florestal Gaúcho - Oportunidades, Desafios e Ações Necessárias para o seu Fortalecimento" o evento debateu o potencial das indústrias florestais no desenvolvimento da economia dos municípios gaúchos.

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Data de publicação: 13/12/2013