Entidades representativas apresentaram estudos de como a estiagem tem atingido seus respectivos setores, destacando dados alarmantes dos prejuízos nas produções e dificuldades para aporte financeiro

A Famurs promoveu um encontro com diversas entidades representativas do agronegócio nesta terça-feira (15/2). A reunião, realizada na sede da entidade, teve como objetivo apresentar exposições do cenário econômico em cada setor e alinhar discursos e pautas.

Conforme o presidente da Famurs e prefeito de São Borja, Eduardo Bonotto, individualmente cada setor tem as suas pautas e demandas, mas todos precisam de algo em comum nos pleitos. “Precisamos rever encaminhamentos de forma equalizada, ter pautas organizadas e um discurso alinhado, afinal é um processo guarda-chuva tanto a nível estadual quanto federal visto o agravamento da estiagem. Cada setor tem a sua peculiaridade, mas se não houver orçamento federal, se terá grandes dificuldade de atendimento dos pedidos. Precisamos trabalhar em unidade para buscar soluções viáveis para todos, reforçando a importância da bancada gaúcha em Brasília e dos deputados estaduais aqui no Estado neste trabalho”, justificou.

Na oportunidade, as entidades representativas apresentaram estudos de como a estiagem tem atingido seus respectivos setores, destacando dados alarmantes dos prejuízos nas produções e dificuldades para aporte financeiro.

Entre outros pontos, o vice-presidente da Farsul, Elmar Konrad, chamou atenção para a previsão de orçamentos e salientou que para se manter a área da safra anterior, nos preços atuais, há um aumento de custo de 60%. Em sua manifestação, pediu para que as entidades representativas se somem, utilizando os estudos e levantamentos produzidos pelas equipes técnicas. Conforme o economista-chefe, Antônio da Luz, as entidades não podem falar de maneira dispersa e, neste momento, a discussão precisa ser sobre recompor o orçamento do Ministério da Agricultura e que é preciso apoio da Famurs e demais representantes.

O diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Estado do Rio Grande do Sul (SIPS), Rogerio Kerber, declarou que as consequências da estiagem não ficam apenas na área rural, mas que está se estendendo para outros segmentos e que, quanto a proteína animal, mesmo sem números definitivos, o desafio irá se estender para 2023, uma vez que o setor tem dificuldades de se adaptar com rapidez. Kerber manifestou que é fundamental criar condições de implantar um programa de irrigação robusta no RS, para viabilizar a reservação de água.

Em virtude dos problemas climáticos, outro segmento que teve queda de produção foi o leiteiro. De acordo com o assessor da Associação das Pequenas e Médias Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Apil/RS), Osmar Redin, serão três anos de consequências na atividade leiteira. Ele afirmou que é necessário crédito, tanto estadual quanto federal, para que se amenize a situação no estado.

Na oportunidade, o presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, salientou que é preciso olhar para toda a cadeia que compreende a agricultura familiar e que o papel das entidades é cobrar do governo o orçamento para atender as demandas.

Presente no encontro, o líder do governo Leite e representante da Assembleia Legislativa, deputado Frederico Antunes, declarou que é preciso criar uma uniformização do que é mais importante e que irá levar ao conhecimento do governador Eduardo Leite e do secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos, a discussão tratada nesta manhã.

Para sugerir um encaminhamento, o assessor da União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes), Neri Pies, e o presidente da Associação dos Produtores de Soja do Estado do Rio Grande do Sul (Aprosoja/RS), Décio Teixeira, manifestaram a necessidade de se criar um comitê de crise para debater a estiagem. A ideia é que o grupo seja composto pelas entidades representativas, Estado, deputados e senadores. Teixeira também afirmou que a situação da estiagem este ano é ainda mais grave, se comparada a anos anteriores, pois hoje ela atinge todos os setores do agronegócio e concorda que não há outra alternativa a não ser ajustar o orçamento destinado à agricultura.

O presidente da Federarroz, Alexandre Velho; o economista da Fecoagro, Tarcísio Minetto; o presidente executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos; o diretor executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados (Sindilat), Darlan Palharini, também explanaram ser necessário fortalecer o pleito em conjunto e de que é preciso recurso para dar andamento e continuidade no sistema produtivo gaúcho.

Ao fim da reunião, ficou encaminhado que será solicitado o pedido ao governo do Estado para criação do comitê de crise e, como medida emergencial, pleitear ao governo federal o ajuste no orçamento do Ministério da Agricultura. Na próxima semana terá uma grande reunião organizada pela Farsul para sensibilizar sobre a realidade da estiagem e seus reflexos onde a Famurs e as entidades apoiam a realização.

Informações da notícia

Data de publicação: 15/02/2022

Créditos: Ellen Renner

Créditos das Fotos: Guilherme Pedrotti

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