Encontro teve como objetivo de promover a discussão e o fomento do conhecimento das atividades hoje realizadas em prol da cadeia produtiva da tilápia

A Famurs, através da área técnica de Agricultura, realizou na manhã de terça-feira (21/12) o Seminário para promoção da Tilápia no RS. O evento, em parceria com a associação Tilápia-RS, teve como objetivo de promover a discussão e o fomento do conhecimento das atividades hoje realizadas em prol da cadeia produtiva da tilápia.

Durante a abertura do encontro, o coordenador-geral da Famurs, Salmo Dias de Oliveira, destacou que o setor do cultivo de peixe, em especial da tilápia, é muito grande, mas infelizmente ainda não é organizado. Na sua opinião, a produção tem condições de ocupar um grande espaço no mercado de proteína, além de gerar emprego e ser mais uma fonte de renda para as famílias gaúchas.

Compondo a mesa de abertura, o diretor do Departamento de Agricultura Familiar e Agroindústria (Dafa), Flávio Smaniotto, afirmou que ainda há muito que investir no setor de aquicultura, sendo que atualmente 67% dos frigoríficos do estado são de agricultura familiar, muitos licenciados apenas pelo Serviço de Inspeção Municipal (SIM). Smaniotto ressaltou que existe muito açude bom e parado e que é preciso incentivar o pequeno agricultor a cuidar e investir em psicultura, assim como ele cuida de outros animais e alimentos. Na oportunidade, o diretor também instigou o trabalho conjunto com cooperativas, que auxiliariam o produtor na venda dos peixes, inclusive para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).

Gabriela Mattei, presidente da Tilápia-RS, associação que representa todos os produtores de peixe no RS, afirmou que é preciso mais oportunidades como a promovida pela Famurs, para conversar e vencer os desafios da extensa cadeia produtiva. Desta forma, segundo Gabriela, seria possível buscar soluções para profissionalizar e desenvolver a psicultura no estado, contribuindo com as famílias produtoras, com o social e para a produção de alimentos.

Também presente na abertura, a superintendente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no Rio Grande do Sul, Helena Ruggeri, destacou que é preciso alinhar o sistema e facilitar a vida do produtor, afinal o Brasil é o 4° maior produtor mundial da espécie. Para Helena, ainda é preciso trabalhar na conscientização da psicultura no estado.

O secretário de Justiça e Sistemas Penal e Socioeducativo, Mauro Hauschild, que também é produtor de peixe, iniciou sua fala concordando com o diretor do Dafa e colocando-se favorável ao trabalho conjunto com o cooperativismo, a fim de desenvolver toda a cadeia produtiva. Para o secretário e empreendedor, a atividade requer atenção, mas é possível que cada produtor gaúcho possa criar tilápia, só é preciso garantir que ele saiba dos procedimentos e tenha confiança no empreendimento. Hauschild afirmou que a transformação da cultura local depende das administrações municipais e do entendimento que a psicultura é um investimento de médio a longo prazo. Na oportunidade, o secretário também falou sobre o projeto de implementar o cultivo de peixe nos presídios gaúchos.

A abertura do seminário encerrou com a fala do presidente da Famurs e prefeito de São Borja, Eduardo Bonotto, que destacou que com se as entidades representativas da agricultura, psicultura e dos municípios trabalhem de forma segregada, não haverá sucesso no desenvolvimento da cadeia produtiva da tilápia. Ressaltou que o encontro é importante para dar início a discussão de um tema significante para os municípios e para agricultura familiar, com capacidade para se desenvolver, e que a desburocratização é um processo importante dos poderes públicos.

Durante o encontro, o prefeito de Rio dos índios, Flavio Golin, e o produtor Eliseu Balbinotti, do frigorífico de Pescado Balbinotti, apresentarem o case de sucesso do município, que envolve mais de 100 produtores de peixe e que iniciou com a produção e cultivo de peixes ainda na gestão do ex-prefeito e atual coordenador-geral da Famurs, Salmo Dias de Oliveira. Os gestores falaram sobre o início do trabalho, desafios e investimentos necessários nas propriedades rurais.

O professor e médico veterinário da Universidade de Passo Fundo (UPF), Dr. Leonardo José Gil Barcellos, participou do evento e abordou aspectos e modelos de produção aquícola e da cadeia produtiva do peixe cultivado. Na oportunidade, também sanou dúvidas dos presentes.

Na sequência, o vice-presidente da Tilápia-RS e engenheiro agrônomo, Sergio Zimmermman, falou sobre tecnologias bioseguras de produção aquícola. Ele destacou a realidade atual, abordando a cadeia fantasma e a insegurança dos produtores; as tendências de descentralização da economia; o potencial hídrico do estado; e cultivos bioseguros.

Por fim, o chefe da Divisão de Controle e Monitoramento da Qualidade Ambiental da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), Mateus Evangelista Leal, informou que a secretaria está realizando revisão de normas, resoluções e portarias relacionadas a psicultura. Ele destacou que o objetivo é cuidar do meio ambiente, mas sem prejudicar ou impedir o desenvolvimento da cadeia produtiva no RS e que, em breve, a Sema e a Famurs devem ofertar uma capacitação para agentes ambientais sobre o tema.

No encerramento do Seminário para promoção da Tilápia no RS, os participantes sugeriram uma reunião composta por Famurs, secretarias da Agricultura e do Meio Ambiente, e Fepam para dar andamento na pauta.

Informações da notícia

Data de publicação: 22/12/2021

Créditos: Ellen Renner

Créditos das Fotos: Guilherme Pedrotti

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