O presidente da Famurs, Maneco Hassen, defendeu durante a reunião uma postura mais energética do governo do RS para que o Governo Federal agilize a aquisição e a distribuição de vacinas

O governador Eduardo Leite decidiu suspender temporariamente o modelo de cogestão. A decisão foi comunicada em reunião online na tarde desta quinta-feira (25.02) com o presidente da Famurs, Maneco Hassen, e presidentes das 27 associações regionais. Além disso, a vigência do mapa da 43ª rodada será antecipada para sábado, colocando todo o Rio Grande do Sul em bandeira preta, nível mais grave do sistema gaúcho de enfrentamento à pandemia.

Conforme o governador Eduardo Leite, a ideia é que a suspensão da cogestão dure uma semana em um primeiro momento, começando no sábado (27) e indo até domingo (7). Depois, uma nova avaliação entre o governo do RS e a Famurs será realizada. A decisão pela bandeira preta, que representa risco altíssimo para velocidade de propagação do vírus e esgotamento da capacidade hospitalar, em todas as regiões do Estado é baseada em uma nova salvaguarda devido ao nível crítico de leitos livres e do elevado crescimento na ocupação hospitalar. A nova regra impõe garantia de bandeira preta às 21 regiões quando a razão de leitos livres de UTI sobre leitos ocupados por Covid em UTI estiver menor ou igual a 0,35 a nível estadual. A decisão tem como base, principalmente, o alto índice de leitos ocupados e o risco altíssimo de esgotamento da capacidade hospitalar do Estado. Em gráfico atualizado diariamente, o governador mostrou que no dia 7 de fevereiro o RS tinha 720 leitos livres, número que caiu para 292 na quarta (24/2). “Minha decisão é pela suspensão da cogestão. Precisamos de unidade. Sempre enfrentei a pandemia com organização de dados. Temos também o painel dos hospitais, o painel dos leitos de UTI, a estratégia de vacinação, todos os dados estão lá. E é com base na ciência que montamos um comitê de dados e um comitê científico para tomar as decisões. Deste sábado até outro domingo, incluindo o domingo (07.03) haverá a suspensão da cogestão e a aplicação da restrição das bandeiras de cada região para buscarmos efetivamente e conjuntamente reduzir a taxa de contágio”, declarou o governador.

O presidente da Famurs, Maneco Hassen, defendeu durante a reunião uma postura mais energética do governo do RS para que o Governo Federal agilize a aquisição e a distribuição de vacinas. “Os prefeitos sempre foram parceiros do Governo do RS. Mas, neste momento eu senti falta de uma cobrança mais firme ao governo federal para que tenhamos doses de vacina suficientes. O governo estadual, assim como cobra forte os prefeitos pela fiscalização, queremos que tenha essa mesma firmeza com o governo federal, cobrando a vacina rápida e efetiva. Se não, daqui a 30 ou 60 dias vamos estar aqui de novo falando sobre lockdown. Nos últimos anos, todos os Presidentes do Brasil, independentemente de partidos, conseguiram organizar a logística de aplicação da vacinação. É inadmissível que o atual presidente jogue no colo dos prefeitos uma responsabilidade que é do governo federal Eu pessoalmente acho correta a opção do governador pelo fim da cogestão. Este já tinha sido o meu posicionamento pessoal no começo da semana”, destaca o Presidente da Famurs, Maneco Hassen.

A secretária estadual de saúde, Arita Bergmann, realizou uma apresentação da situação da pandemia no RS. “Mais de 12 mil gaúchos já perderam a vida para a Covid-19, número maior do que a população de 351 municípios gaúchos. Diante desse cenário catastrófico, a necessidade seria abrir 60 novos leitos de UTI por dia, mas isso jamais será possível”, destacou de forma emocionada a secretária estadual de saúde, Arita Bergmann. Conforme a Secretaria Estadual de Saúde, diante de uma ocupação superior a 90% dos leitos de UTI no RS e de números negativos que aumentam a cada novo dia, a Secretaria da Saúde acionou nesta quinta-feira (25/2) o último nível da fase 4 do Plano de Contingência Hospitalar, montado no início da pandemia. Além da suspensão imediata das cirurgias eletivas (com exceção das cirurgias de urgência ou que representem risco para o paciente), deverão ser instalados leitos emergenciais em salas de recuperação e em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) intermediárias. Junto à ocupação dessas áreas a serem disponibilizadas, deverão também ser acionadas as equipes técnicas desses setores, especialmente as equipes médicas e de enfermagem.

No final da próxima semana, o governo deverá convocar nova reunião com a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) para avaliar os resultados das ações adotadas até aqui.

Além da queda temporária da cogestão, será mantida a suspensão de atividades não essenciais entre 20h e 5h, cujo horário foi ampliado a partir do diálogo com prefeitos, e o Gabinete de Crise decidiu derrubar temporariamente também a Regra 0-0, que permitia que municípios com zero internação e zero óbito nos últimos 14 dias pudessem adotar automaticamente os protocolos da bandeira imediatamente anterior à da sua região.

Para ajudar na fiscalização dos municípios e fazer cumprir efetivamente as restrições à circulação de pessoas para reduzir contágio do vírus, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) elaborou um protocolo para fortalecer a ação integrada com as prefeituras. O planejamento da Operação Te Cuida RS foi apresentado na reunião com a Famurs pelo vice-governador e secretário da Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior.

“Construímos esse protocolo para ser utilizado nos 497 municípios, a fim de que efetivamente consigamos fazer a fiscalização. É nos municípios que as situações realmente acontecem. É fundamental que as prefeituras coloquem toda a sua estrutura para se agregar nesse esforço. Se não conseguirmos reduzir a curva da contaminação, talvez tenhamos que tomar outras medidas, ainda mais drásticas, com impacto tanto para o setor privado quanto para a arrecadação do poder público”, alertou Ranolfo.

Com informações do Governo do RS/Secom

Informações da notícia

Fonte: Famurs - Voltaire Santos com Governo do RS

Data de publicação: 25/02/2021

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