Gestores debatem Economia da Cultura no 25º Fórum dos Dirigentes Municipais de Cultura do RS

Gestores culturais, produtores e artistas se reuniram, nesta quarta-feira (04/07), no 25º Fórum dos Dirigentes Municipais de Cultura do Rio Grande do Sul. O evento, realizado em paralelo com 38º Congresso de municípios do Rio grande do Sul, acontece até quinta-feira (05/07) na sede da Famurs. Em dois dias de atividades, representantes de vários municípios do Estado analisam as políticas atuais de cultura e traçam novas perspectivas para as próximas gestões municipais.

Com o tema “ Economia da Cultura e suas perspectivas” , o primeiro painel da tarde, contou com a mediação do vice-presidente do Codic, Evandro Soares, e com a presença do sócio da Nano Biztools, e presidente da Associação de Desenvolvedores de Jogos Digitais do RS, Caco Idiart, e a jornalista, gestora de políticas públicas para a cultura e CEO do Hub Criativo Marquise 51, Mari Martinez.

O gestor Caco Idiart, iniciou o painel abordando a temática “Tendência e Inovação” . Onde apresentou técnicas utilizadas para abrir o diálogo com a gestão pública e cases de sucesso que podem ser usados como referência. “Com o passar do tempo a gente acabou otimizando muitas coisas, a principal inovação é prestar atenção, de novo, nas pessoas, esta faltando um pouco de humanização, de verdade e de diálogo entre os gestores e o público a ser atingido”, explicou Idiart.

Finalizando o painel a jornalista, Mari Martinez, abordou o tema “Economia da Cultura: Criatividade, empreendedorismo e desenvolvimento” . De acordo com a palestrante a economia colaborativa tem sido cada vez mais estratégica para o desenvolvimento das nossas cidades. “Nós não podemos mais pensar em elaborar políticas de desenvolvimento para os nossos municípios sem levar em conta a questão cultural e a questão da criatividade. Hoje o jovem vem encontrando no empreendedorismo criativo uma alternativa de geração de emprego e renda”. Martinez lembrou ainda que na crise enfrentada pelos munícipios os primeiros cortes vão para a criatividade. É preciso conscientizar os gestores que a cultura é uma estratégia para enfrentar a crise e planejar cidades criativas, cidades do futuro, aliadas com os novos tempos que a gente vive”, finalizou Mari Martinez.

Já o segundo painel da tarde abordou o tema “A importância da Cultura nos municípios” , que teve como mediadora a presidente do Codic e diretora do Departamento de Cultura de Rolante, Joyce Aline Reis, contou com a presença do vice-presidente do Conselho Municipal de Políticas Culturais de Caxias do Sul e produtor cultural, Luciano Balen, o gestor cultural, ex-secretário de Cultura de Porto Alegre, São Leopoldo e Viamão, ministro interino da Cultura e ex-secretário-executivo do Ministério, Vitor Ortiz, e o com presidente da Câmara de Vereadores de Igrejinha, Juliano Müller de Oliveira.

O administrador Luciano Balen falou sobre a “Geração de empregos através da Cultura” . Segundo Balen, o legado da cultura é na formação de pensamento criativo. “Nós precisamos de líderes criativos nas empresas, na gestão pública e quem vai entregar esses líderes no futuro é a cultura. Se nós tivermos nos municípios, por exemplo, investimentos em teatro, música, cinema, dança, festivais, e existir essa troca de experiencias, essa absorção de novas culturas com certeza fará nossas crianças, de hoje, os líderes do futuro”, concluiu.

O gestor Vitor Ortiz abordou o tema “ Políticas culturais ou de segurança pública? O que é prioridade?” Onde explicou que existe uma serie de políticas publicas que demandam recursos e a cultura está entre essas políticas, apesar de na maioria das vezes não ser considerada uma ação prioritária, segundo Ortiz é preciso instruir a comunidade e os gestores de que a cultura é tão importante, por exemplo, como a segurança pública que normalmente é vista pelo cidadão como uma força tarefa de armas e confrontos. “É preciso conscientizar os gestores que outras políticas, também, podem contribuir para a melhoria do quadro de segurança, como o caso de Bogota e Medelin, na Colômbia, que eram cidades conflagradas pelo tráfico e pela violência, até os anos 90. O elenco de políticas culturais, buscando a inclusão do cidadão, principalmente dos jovens que vivem na periferia, conseguiu construir uma barreira que o tráfico não pode ultrapassar. Existe experiencias concretas que foram realizadas e bem-sucedidas que precisam ser analisadas e quem sabe até mesmo colocadas em práticas”, finalizou Vitor Ortiz.

Encerrando o painel, e as atividades do primeiro dia, o dirigente Juliano Müller de Oliveira, abordou a temática “ O papel do Legislativo na Cultura do Município” Na oportunidade Müller falou sobre a relação dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, explicando o que cada um deles pode oferecer para a cultura no seu município. “Alguns municípios estão criando editais para distribuir recursos para a Cultura, mas ainda existe aqueles que se quer sabem o que é um conselho municipal de Cultura. Precisamos levar essas informações aos municípios e aos chefes do executivo dessas cidades para que façam o diagnóstico da sua cidade procurando manifestações culturais, como bordado, centro de umbanda, grupo de dança, e iniciem um processo junto ao legislativo para levar a cultura para a sua região.

Confira a programação: