Jornalista apresenta dicas para boa comunicação de políticos

O desafio de lidar com um assessorado difícil foi tema, na manhã dessa quinta-feira (08/06), de painel no segundo dia de atividades do Encontro dos Assessores de Comunicação Social dos Municípios do Rio Grande do Sul. Durante a 9ª edição do evento, o jornalista Gilberto Jasper apresentou dicas para melhorar a comunicação de políticos. Com uma trajetória profissional de quase 40 anos, ele apontou três erros comuns cometidos pelos homens públicos: esconder-se diante da divulgação de um fato negativo pela imprensa, ter interesse em aparecer apenas quando a pauta é boa e buscar a exposição excessiva.

Com a experiência de quem já assessorou representantes dos três poderes, o convidado alertou que os gestores municipais devem agir com parcimônia nas redes sociais. “Uma palavra mal colocada pode comprometer o conteúdo”, explicou. Ele lembra que muitas vezes o político não compreende o que faz o assessor de imprensa e reconhece as dificuldades enfrentadas pelos profissionais de comunicação que atuam nos municípios. “Independente da prefeitura, os desafios são praticamente iguais”, refletiu.

Para Jasper, o assessor deve identificar boas fontes dentro da prefeitura. Não realizar este trabalho pode contribuir para que o profissional seja pego de surpresa por um fato divulgado sem o conhecimento dele. “A pior coisa é dar uma justificativa [para um veículo de imprensa] sem saber o que está acontecendo”, justificou. O palestrante ainda deixou como dica que cada profissional deve descobrir o limite ético de sua atuação. “Tem tarefas que a gente tem que se negar a fazer”, ponderou.

“O que a imprensa espera dos políticos e de seus assessores”

Quatro jornalistas falaram das expectativas sobre a atuação dos prefeitos e de seus assessores no segundo painel do dia. A repórter da RBS TV Cristine Gallisa alertou que os profissionais de uma assessoria devem ser solícitos, sempre dar retorno e procurar conhecer os repórteres dos veículos. Gallisa também defendeu que os assessores atuem sempre de maneira transparente. “Não vendam o que vocês não têm para entregar”, alertou. Ressaltou ainda que o assessor de comunicação não pode ignorar as peculiaridades da TV. “Televisão é imagem”, lembrou.

A editora-assistente da coluna de política do jornal Zero Hora, Débora Cademartori, explicou que a página assinada pela jornalista Rosane de Oliveira publica notas exclusivas. A relevância da informação é o critério para que um fato seja divulgado. “Jornalismo é impacto na vida das pessoas”, explicou. Débora orientou ainda que os assessores não se escondam quando a pauta for negativa. “É importante que vocês entrem em contato para passar a versão de vocês”, justificou.

A chefe de reportagem da rádio Band Laura Becker defendeu que os assessores sejam mais prestativos. Explicou que, mesmo quando a pauta é positiva, é difícil obter retorno de algumas assessorias. Na mesma linha, o colunista dos jornais Antena e Nova Geração Adriano Mazzarino cobrou que os profissionais de comunicação das prefeituras se esforcem para divulgar mais notícias exclusivas aos colunistas de política. “Vamos dar informações”, cobrou.

A editora de Cidades do Correio do Povo, Ana Lécia de Oliveira, lembrou que o jornal, com leitores em quase todos os municípios do RS, tem procurado dar visibilidade às pautas das mais diversas cidades. “Temos um espaço pensado para valorizar os assuntos do interior do Estado”, explicou.

Tulio Milman

O jornalismo na era da pós-verdade foi o tema da palestra de encerramento do 9º Encontro dos Assessores de Comunicação Social dos Municípios do Rio Grande do Sul. O painelista foi o colunista do jornal Zero Tulio Milman, que demonstrou preocupação com a difusão de notícias falsas nas redes. “Esse negócio é absolutamente incontrolável”, refletiu.

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