A delicada convivência entre gestores municipais e profissionais de imprensa dominou os debates, na manhã desta quinta-feira (09/06), no segundo e último dia do 8º Encontro dos Assessores de Comunicação Social dos Municípios do Rio Grande do Sul.

A delicada convivência entre gestores municipais e profissionais de imprensa dominou os debates, na manhã desta quinta-feira (09/06), no segundo e último dia do 8º Encontro dos Assessores de Comunicação Social dos Municípios do Rio Grande do Sul. No primeiro painel do dia, a coordenadora do departamento de Comunicação do Conselho Regional de Enfermagem, Laura Glüer, lembrou que existe, na imprensa, uma demanda crescente pelas informações produzidas nas assessorias. “O jornalismo hoje depende muito do trabalho da assessoria”, pondera. No entanto, é fundamental que o profissional responsável pela comunicação de uma determinada instituição explique para o cliente que o papel da imprensa é ouvir todos os lados de uma história. “A prefeitura tem um ponto de vista, uma intencionalidade. A imprensa vai ouvir, mas também vai ouvir outras fontes”, explica.

A consultora em comunicação corporativa Rosângela Florczak falou sobre a importância das assessorias de comunicação estarem preparadas para enfrentar situações de crise. Para ela, o planejamento é fundamental. “É preciso estar preparado”, defende. Rosângela avalia que a assessoria deixa de obter espaço nos veículos de comunicação regionais e estaduais por desconhecer a rotina das redações. “Muitas vezes o assessor peca no timing de enviar uma notícia porque a decisão [sobre o conteúdo] não está nas mãos dele”, lamenta. O secretário de comunicação social da prefeitura de Porto Alegre, Carlos Bastos, ressaltou que a excessiva cobrança dos órgãos de regulação impacta na atuação dos gestores públicos e de suas assessorias. “É um momento onde está se vendo a judicialização de tudo”, criticou.

No painel “O que a imprensa espera dos políticos e de seus assessores”, o repórter do jornal Zero Hora Juliano Rodrigues defendeu que os profissionais responsáveis pela comunicação dos municípios evitem se desgastar abordando os profissionais que atuam nos veículos de imprensa com informações de qualidade duvidosa. “Falta capacidade de perceber o que é notícia”, lamenta. Ele sugeriu que o assessor não solicite que uma determinada informação seja divulgada como forma de favor pessoal do repórter ou colunista. “Se a relação funciona na troca de favores, não será bom para nenhum dos dois”, avalia. Para a repórter da rádio Guaíba Vitória Famer, “o bom assessor prepara a sua fonte para falar sobre tudo”.

O apresentador grupo Bandeirantes André Machado sugere que, antes de qualquer abordagem, a assessoria de comunicação deve saber qual perfil de notícias interessa para veículos local, regional e estadual. “É preciso saber para que público se está falando”, explica. Com mais de 20 anos dedicados ao jornalismo, Machado avalia que, em algumas situações, os veículos de comunicação exageram na forma como tratam os prefeitos. “Às vezes, a imprensa força demais a barra sobre os gestores”, avalia.

O perfil das assessorias nos municípios

O coordenador da assessoria de comunicação da Famurs, Maurício Tomedi, apresentou os resultados da pesquisa sobre o perfil dos assessores de comunicação das prefeituras gaúchas. O levantamento foi realizado com 314 municípios entre maio de 2015 e março de 2016. 71% dos assessores possuem ensino superior. Dos 220 assessores que possuem graduação, 44% são formados em outras áreas, 34% são jornalistas, 14% concluíram o curso de comunicação social, 4% relações públicas, 3% publicitário e 1% marketing. Pelo menos 19 municípios não possuem setor de comunicação.

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O segundo dia de programação do 8º Encontro de Assessores de Comunicação Social dos Municípios do RS aconteceu nessa quinta-feira (9/6) e contou com palestras e oficinas.

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Data de publicação: 09/06/2016