Gestores de municípios gaúchos que enfrentam dificuldades financeiras para a abertura de Unidades de Pronto Atendimento 24 Horas (UPAs), com obras concluídas, receberam orientações do Ministério da Saúde, durante atendimentos individualizados oferecido...

Gestores de municípios gaúchos que enfrentam dificuldades financeiras para a abertura de Unidades de Pronto Atendimento 24 Horas (UPAs), com obras concluídas, receberam orientações do Ministério da Saúde, durante atendimentos individualizados oferecidos pela Famurs, nesta terça e quarta-feira (25/10). Para o presidente da entidade, Salmo Dias de Oliveira, a iniciativa auxiliou na busca da melhor alternativa para cada município, considerando suas peculiaridades. “Nós somos parceiros dos prefeitos no sentido de encontrar soluções com os governos estadual e federal, diante da realidade e necessidade atual dos municípios para resolver esta problemática, tendo em vista a falta de repasses e reajustes de financiamentos”, afirmou.

O assessor técnico da Famurs na área da Saúde, Paulo Azeredo Filho, ressaltou a necessidade de adequação das prefeituras ao atual momento econômico, que difere do existente quando da idealização das UPAs, em 2009. Conforme o assessor, naquela época, o governo federal dispunha de grandes recursos e a questão política interferiu bastante, ofertando aos municípios a instalação destas Unidades. “Ocorre que já se passou quase uma década e a situação financeira e epidemiológica mudou, sendo necessária uma nova viabilidade para estas estruturas, visando a economia e as necessidades da Saúde nos municípios”, ponderou.

A assistência prestada aos gestores, no sentido de possibilitar um consenso entre a intenção do município e sua realidade econômica orçamentária, foi avaliada como positiva pelo coordenador de Urgência e Emergência do Ministério da Saúde, Haroldo Poleti. “Quanto mais informações são passadas para o gestor público, há mais conhecimento para que faça uma boa gestão, de forma responsável”, afirmou.

Poleti reforçou a importância de que sejam observadas as determinações da Lei Complementar Nº 141/2012, que representa um novo marco das transferências interfederativas no Sistema Único de Saúde (SUS). Esta legislação dispõe sobre os valores mínimos a serem aplicados anualmente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios em ações e serviços públicos de saúde; estabelece os critérios de rateio dos recursos de transferências para a saúde e as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas três esferas de governo. “O Ministério da Saúde tem a sensibilidade de entender que as UPAs de alguns municípios não possuem condições de se manter. Então, este ponto de equilíbrio é que estamos tentando criar, porque não se pode impor nada que um gestor público possa vir a ser penalizado”, argumentou.

Prefeito de Ijuí, Valdir Heck (Amuplam)

O gestor ressaltou a necessidade de uma melhor compreensão do Ministério da Saúde quanto à funcionalidade da UPA, considerando os serviços prestados pelo município. “Esta reunião foi bastante esclarecedora. Nós aventamos as mais variadas possibilidades que existem para se colocar em funcionamento a UPA o mais breve possível”, afirmou.

Prefeito de São Borja, Eduardo Bonotto (Amfro)

O prefeito citou alguns entraves em relação aos repasses e habilitação da estrutura. As principais dificuldades são com relação ao custeio, diante da falta de repasses federal e estadual. “Estamos acompanhando todo o trabalho que está sendo realizado pela Famurs e a nossa intenção é resolver estes entraves”, disse.

 

Prefeito de Esteio, Leonardo Duarte Pascoal (Granpal)

A intenção é fazer a devolução do recurso para o Ministério da Saúde e, com isso, utilizar a estrutura para a implantação de um centro de especialidades, unidade de saúde, voltada à prevenção e atendimento. “Desta forma, o município pretende utilizar o prédio de acordo com a sua necessidade local, prestando garantia na atenção básica da população”, ressaltou.

Prefeito de Três Passos, José Carlos Anziliero Amaral (Amuceleiro)

Seguindo os demais gestores, o impasse diante da falta de custeio para manutenção da estrutura impede o funcionamento da UPA, conforme preconiza o Ministério da Saúde. “Estamos tentando construir uma alternativa administrativa para fazer a devolução dos recursos à União e poder utilizar a unidade no âmbito municipal – 12 horas”, salientou.

Secretária da Saúde de Alvorada, Neusa Bersagui Abruzzi (Granpal)

A secretária está preocupada com o alto valor de custeio para a manutenção da UPA, e busca a conscientização do Poder Público diante da estrutura não ser resolutiva para a realidade local. “Estamos buscando saídas viáveis para colocar a estrutura em funcionamento”, afirmou.

Secretário adjunto da Saúde de Santo Ângelo, Mário Vieira Marques Neto (AMM)

O secretário adjunto declarou que pretende abrir a UPA após dezembro deste ano. “Saímos desta reunião com algumas orientações importantes e, na próxima semana, pretendemos dar andamento junto à Coordenadoria Regional”, concluiu.

Secretária da Saúde de Farroupilha, Rosane da Rosa (Amesne)

De acordo com a secretária, a solicitação de Farroupilha é no sentido de poder usar o prédio da UPA para outros serviços de saúde. “A estrutura é importante para o município e pretendemos utilizá-la para o bem da população”, frisou.

Secretária da Saúde de Carazinho, Anelise Schell Almeida (Amaja)

A questão do financiamento é o que preocupa a secretária da Saúde. “A partir desta reunião, a gente percebe que tem algumas situações que podem ser favoráveis para a abertura da UPA. Nos preocupa, realmente, a questão dos repasses federal e estadual”, avaliou.

Prefeito de Panambi, Daniel Hinnah (Amuplam)

Em Panambi, a obra ainda está em construção, de acordo com o prefeito. “Pretendemos continuar construindo e, em conformidade com os outros municípios, iremos solicitar a possibilidade de utilização do prédio da UPA para outra finalidade”, ponderou.

Secretário da Saúde de Santa Vitória do Palmar, Giordano Pereira (Azonasul)

O secretário discutiu em reunião a funcionalidade da UPA no contexto do município, que poderá prejudicar a Santa Casa Municipal. “Pretendemos utilizar a estrutura como Centro de Especialidade em Saúde, não prejudicando o orçamento hospitalar”, informou.

Informações da notícia

Data de publicação: 25/10/2017