Na expectativa da intervenção imediata do Estado junto às empresas do setor lácteo, que decretaram falência e devem dinheiro aos produtores de leite da região das Missões e Grande Santa Rosa, uma comitiva de prefeitos missioneiros se reuniu na manhã de...

Na expectativa da intervenção imediata do Estado junto às empresas do setor lácteo, que decretaram falência e devem dinheiro aos produtores de leite da região das Missões e Grande Santa Rosa, uma comitiva de prefeitos missioneiros se reuniu na manhã desta terça-feira (14/01), em Porto Alegre, com os secretários estaduais de Agricultura e Pecuária, Ernani Polo, e de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), Tarcísio Minetto. O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag/RS), Elton Roberto Weber, também esteve presente.

Os gestores municipais fizeram um relato das ações que estão sendo desenvolvidas pela Associação dos Municípios das Missões (AMM), em parceria com Sindicatos dos Trabahadores Rurais (STRs), Emater e outras entidades regionais, na busca por alternativas emergenciais em apoio aos produtores. “Estamos preocupados com as consequências desta crise na cadeia leiteira, em especial nos 46 municípios da região Noroeste, em que nossos produtores têm no leite o principal meio de subsistência”, ressaltou Junaro ao acrescentar que além de afetar a economia, tem também a questão social. “Se nada for feito o mais rápido possível, os produtores de leite serão obrigados a deixarem suas propriedades”, alertou o dirigente da AMM, que é prefeito de São Luiz Gonzaga.

Primeiras medidas
Ernani Polo fez questão de manifestar a relevância do envolvimento dos prefeitos missioneiros, STRs, Fetag e outras tidades. “Esta mobilização conjunta representa um avanço significativo na luta para resgatar a imagem positiva do leite gaúcho, bem como fortalece a negociação com todas as empresas que têm dívidas com os produtores”, afirmou o secretário estadual de Agricultura e Pecuária. Conforme estabelecido na audiência, entre as iniciativas que serão desenvolvidas pela Secretaria estadual de Agricultura, Secretaria estadual de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, conjuntamente com a AMM, Fetag/ RS e outras entidades, destacam-se:

1) buscar junto ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura (Pronaf), uma linha de crédito especial para atender os produtores que sofreram calote das empresas;

2) criar uma campanha de marketing para resgatar a valorização e qualidade do leite gaúcho, pois os produtores não são os culpados pela adulteração do leite,mas sofrem com os prejuízos;

3) implantar mecanismos para controlar a fiscalização das indústrias do setor lácteo que se instalam nos municípios;

4) intervenção do Estado na negociação direta com as empresas que têm dívidas com os produtores;

5) equacionar o preço do litro de leite, que em alguns locais na região das Missões está sendo vendido até por 38 centavos;

6) articulação política para que o governo federal faça uma aquisição de leite em pó das empresas que têm grande produção estocada, o que possibilitaria uma elevação no valor da venda do leite.

Desvalorização do preço
O prefeito René Nedel, de Cerro Largo, evidenciou que é fundamental somar esforços nesta luta. “Os prefeitos representam o meio rural. É dever da União, Estados e dos municípios, a manutenção dos produtores de leite em suas propriedades”, destacou Nedel. O prefeito de Mato Queimado, Nelson Hentz compartilha da mesma opinião. “Esta crise no mercado leiteiro é um um fator determinante para afastar os jovens da área rural. Precisamos do apoio do Estado, pois muitos agricultores estão vendendo leite por 38 centavos. Isso é um deboche, uma falta de respeito com os produtores, que acordam de madrugada para trabalhar”, reclamou Nelson. Já o prefeito de Santo Antônio das Missões, Puranci dos Santos reiterou que a adulteração do leite gaúcho não é culpa dos produtores rurais, e isso precisa ficar muito claro para a população.

Prefeita de Sete de Setembro, Rosane Grabia destacou a importância da união de forças da AMM, STRs, Fetag/RS, secretários estaduais, parlamentares gaúchos, vereadores, comunidades e outras lideranças, no intuito de implementar políticas públicas para solucionar esta grave situação, e lembrou: “a Santa Rita Laticínios ao menos está aberta ao diálogo. Pior são as outras empresas que decretaram falência e não deram nenhuma satisfação sobre o dinheiro que devem aos agricultores”, completou.

Contraproposta da Santa Rita Laticínios
O presidente da Fetag/RS, que na manhã de segunda-feira (12/01) participou de uma reunião com o diretor da Santa Rita Laticínios, transmitiu aos prefeitos missioneiros algumas notícias sobre a contraproposta da empresa. Elton Roberto Weber explicou que referente ao mês de novembro foi pago 10% na semana passada, e 40% será quitado entre os dias 28 de fevereiro a 10 de março, totalizando 50%. Quanto a dívida relativa ao mês de dezembro, ficou definido que 10% será pago dia 22 de janeiro e mais 10% dia 30 de janeiro, fechando 20%, e o restante será pago até maio. “Acreditamos no esforço da diretoria da indústria Santa Rita em pagar a dívida. Continuaremos pressionando as demais empresas e trabalhando em alternativas que amenizem a grave situação em que se encontram os produtores rurais do RS”, garantiu Weber.

Além do presidente da AMM, Junaro Rambo Figueiredo, do prefeito de Cerro Largo, René Nedel, da prefeita de Sete de Setembro, Rosane Grabia, também participaram da reunião nesta quarta-feira, na Secretaria de Agricultura, o prefeito de Rolador, Paulo Peixoto, o vice, Mauro dos Santos e o secretário municipal de Agricultura, Luciano Malmann; o prefeito de Dezesseis de Novembro, Ademir Mico Gonzato, o secretário de Infraestrutura de Santo Antônio das Missões, Mauro Dias, representantes da imprensa missioneira, entre outros.

Fonte: Karin Schmidt
Associação dos Municípios das Missões (AMM)
(55) 8428-9946 / (55) 9605-3603
www.ammissoes.com.br

AMM + Ernani Polo

Informações da notícia

Data de publicação: 15/01/2015

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