O presidente Luciano Orsi disponibilizou contato por whatsapp para auxílio nos decretos de calamidade, e segue durante o dia participando de comitiva, em conjunto com o governo do Estado, para avaliação dos estragos em diversas regiões

Tema de debate do último Congresso de Municípios, ocorrido na semana passada, o fenômeno El Niño mostrou a sua força na madrugada desta sexta-feira, 16/06, com a passagem de um ciclone extratropical que causou alagamentos, bloqueios de estradas e deixou centenas de famílias desabrigadas em diferentes regiões. O governo do Estado confirmou a primeira morte devido ao evento climático extremo, em São Leopoldo, vítima de um choque elétrico. Duas pessoas estão desaparecidas e 625 já foram resgatadas. 

No início da manhã, a Famurs manifestou solidariedade aos municípios e seus munícipes e, imediatamente, se colocou à disposição dos gestores para buscar auxílio e minimizar os danos causados. A primeira medida foi a disponibilização de um canal de comunicação por whatsapp para as primeiras orientações às prefeituras. “Desde a madrugada, estamos em contato com a Defesa Civil, colaborando com as prefeituras para o resgate das pessoas das áreas de risco, pedindo ajuda do governo do Estado e federal para evitar perdas maiores”, relatou o presidente da entidade, Luciano Orsi, também prefeito de Campo Bom.

No Vale dos Sinos, em Lindolfo Collor, a força da correnteza levou carros e até um ônibus, com o transbordamento do rio Feitoria. Um homem aguardava resgate pela manhã em cima de uma árvore. “A água subiu e inundou o centro da cidade, a própria prefeitura foi atingida, moradores desabrigados, empresas com prejuízos irreparáveis”, relatou o prefeito Gaspar Behne. Em apoio à prefeitura, o presidente Orsi ligou para a Defesa Civil reforçando a necessidade de resgate por helicóptero das pessoas presas em meio a correnteza. A ajuda emergencial foi confirmada por volta das 11h30. “Estamos nos deslocando até Lindolfo Collor para prestar ajuda, verificar in loco esse resgate e conhecer a situação geral dos danos materiais e estruturais”, afirmou Orsi.

Parte dos municípios mais atingidos estão no Litoral Norte: Caraá, Itati, Maquiné e Três Forquilhas, onde foram registradas rajadas de ventos de até 102 km por hora. Devido à força da enxurrada, Morrinhos do Sul está isolada com o bloqueio da ponte da localidade de Morro Azul, na RS 494, próximo à divisa com Três Forquilhas. “Estamos ilhados. A ponte está de pé, mas cerca de três metros de asfalto no acesso à ponte cedeu com a força do rio. O transbordamento de quatro rios e córregos danificaram outras quatro pontes. Já iniciamos os trabalhos de recuperação das estradas vicinais”, relatou o prefeito Marcos da Silveira. Nesse momento, para chegar e sair da cidade é necessário ir até Santa Catarina, por Praia Grande, e ingressar no RS pela BR 101. “Graças ao Sistema Municipal de Defesa Civil ontem às aulas já haviam sido canceladas e as famílias alertadas sobre os riscos”, ressaltou.

Cerca de 50 pessoas estão desalojadas no município de Maquiné. Conforme relato do prefeito João Marcos Bassani, a precipitação de 300 mm, em menos de 24 horas, nunca havia ocorrido. Nesse contexto, mesmo com o monitoramento da Defesa Civil Municipal de alerta à população, a magnitude do evento dificultou ações preventivas. “Nossas estradas foram devastadas, perdemos a produção de hortigranjeiros, muitas famílias desabrigadas”, lamentou. Dois abrigos para o atendimento de 150 famílias atingidas pela enxurrada foram organizados, no centro e no interior do município. “As famílias perderam tudo que tinham. Precisamos de doações. É hora de mostrar solidariedade”, pediu. 

A caracterização de situação de emergência observa critérios estabelecidos pelo governo federal, de acordo com a intensidade do desastre. Essa determinação é medida a partir da avaliação dos danos (humanos, materiais) e os prejuízos econômicos e sociais, bem como os recursos necessários para o restabelecimento da situação de normalidade. Orsi alertou que é de extrema importância que prefeitos façam registros dos danos, para que seja possível documentar e dar início aos decretos de calamidade. “Com isso podemos fazer um dossiê e buscar recursos para auxiliar os municípios que sofrem os efeitos terríveis do clima”, orientou.  Além dos formulários e parecer técnico a ser encaminhado, os registros fotográficos com imagens georreferenciadas fazem parte da documentação que precisa ser encaminhada à Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (SEDEC). 

A equipe técnica da Famurs está à disposição para ajudar os municípios a encaminharem e realizarem seus decretos de calamidade. O contato pode ser feito com o assessor técnico da Agricultura, Ismael Horbach, pelo telefone e WhatsApp (51) 98686.1515.

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Data de publicação: 16/06/2023

Créditos: Janis Morais

Créditos das Fotos: Lucas Unser/PMCB