O presidente Paulinho Salerno se reuniu com os diretores do Sindicalc, em Caçapava do Sul, para debater a importância de políticas para ampliar o acesso à correção do solo.

O presidente da Famurs, Paulinho Salerno, foi recebido em Caçapava do Sul, nesta semana, pelo presidente do Sindicato da Indústria do Calcário no Rio Grande do Sul (Sindicalc), Carlos Cavalheiro, e pelo diretor-executivo da entidade, Roberto Zamberlan. Na pauta, a apresentação da iniciativa do sindicato de desenvolver, em parceria com o setor público, o programa de análise e recuperação de solos para o RS (PEARS).


De acordo com o presidente Salerno, a proposta atende uma demanda do setor primário, que é a base da matriz produtiva dos municípios gaúchos. "Debatemos a importância do uso do calcário no solo para cultivo, em função das propriedades que o calcário possui para correção da acidez, melhoria da fertilidade, do sistema radicular e, em consequência, do aproveitamento dos nutrientes do solo. Outro ponto importante foi o estímulo à criação de programas municipais de melhoria da qualidade do solo, que ajudará a garantir melhores resultados para o setor agrícola no RS”, ressaltou o presidente Paulinho. 


Sediado em Caçapava do Sul, cidade conhecida como a Capital Gaúcha do Calcário, e responsável pela produção de 85% do calcário agrícola do Rio Grande do Sul, o Sindicalc reúne empresas que geram em média mais de mil empregos diretos. Segundo o presidente do Sindicalc, Carlos Cavalheiro, cerca de três mil pessoas vivem hoje no município em função das indústrias de calcário. “Estamos trabalhando junto ao governo do Estado para desenvolver um programa estadual para uso do calcário como corretivo de solo, pois o sucesso da lavoura e da sua produtividade está ligado diretamente ao uso do calcário”, destacou Cavalheiro.


Conforme o sindicato, o programa de calagem, nome técnico para utilização do calcário para corrigir a acidez, neutralizar o alumínio e fornecer cálcio e magnésio para a cultura, proporcionando maior crescimento das raízes e incrementos de produtividade, tem como objetivo principal, levar a prática da correção da acidez do solo à pequena propriedade familiar. 


Apesar da importância, na opinião do diretor-executivo do Sindicalc, muitas organizações pró-agro precisam atualizar os seus conhecimentos para evitar que se perca tanta produtividade no RS pela prática incorreta da conservação do solo. “Muitas dessas propriedades encontram-se descapitalizadas, e tem dificuldade de acesso ao calcário. Com o repasse de recursos que viabilizem a aquisição de calcário, o programa deverá beneficiar pequenos agricultores e pecuaristas que, sem o auxílio econômico e governamental, não teriam condições de realizar essa operação básica e fundamental de manejo de solo, contribuindo para a sua viabilidade econômica e sustentabilidade”, complementou Zamberlan.


Estudos da Embrapa apontam que as principais culturas do estado, tais como soja, milho, arroz e pastagens, poderiam obter um acréscimo de produtividade em mais de 30% em média, com a adoção da prática da calagem, considerada uma primeira providência a ser tomada para a manutenção da qualidade do solo. 

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Data de publicação: 28/02/2023

Créditos: Janis Morais