As perspectivas para os municípios gaúchos em 2015 são de ainda mais dificuldades financeiras do que em 2014.

As perspectivas para os municípios gaúchos em 2015 são de ainda mais dificuldades financeiras do que em 2014. A previsão é do presidente da Famurs e prefeito de Tapejara, Seger Menegaz, que faz esta previsão pessimista baseado no quadro de estagnação econômica e nos planos de ajuste fiscal que tanto o governo federal quanto o estadual colocarão em prática. “A estagnação econômica deve atingir as receitas com transferências legais e constitucionais, tanto da cota-parte do ICMS quanto do FPM [Fundo de Participação dos Municípios], enquanto o ajuste fiscal terá como consequência a provável redução de transferências voluntárias e de repasses para o financiamento da saúde”, observa Menegaz.

Em 2014, até novembro, a receita de FPM cresceu 9% em valores nominais, enquanto as transferências de IPVA e ICMS aumentaram pouco mais de 7%. Ou seja, uma expansão levemente superior à inflação prevista para o ano, em torno de 6,5%. Em 2015, essa situação tende a se repetir porque a previsão do mercado é de que a economia brasileira cresça cerca de 0,5%, sem perspectiva de haver uma situação qualitativamente diferente no Rio Grande do Sul. “O fraco crescimento econômico vai afetar também as receitas próprias dos municípios, principalmente o ISS [Imposto Sobre Serviços], que tem sido o carro-chefe da arrecadação municipal desde 2003”, alerta o presidente da Famurs.

Outro fato que agravará a crise financeira nos municípios no próximo ano é a promessa dos governos federal e estadual de promover um ajuste para tirar as contas públicas do vermelho em que estão em 2014. Como consequência, sobretudo Brasília não deve repetir o volume de repasses feitos em 2014, um ano eleitoral. O governo federal deve encerrar o ano com um resultado primário próximo de zero, enquanto o governo gaúcho acumula até outubro um déficit primário de R$ 1,14 bilhão.

Por isso, Menegaz prevê que, apesar do acordo de renegociação da dívida beneficiar o Estado, não está descartado que a nova equipe do Ministério da Fazenda dificulte a liberação de novas operações de crédito para os governos estaduais como forma de forçar uma melhoria no resultado primário. Assim, o Rio Grande ficaria impossibilitado de utilizar o espaço que se abriu com a mudança retroativa do indexador da dívida estadual, tornando ainda mais complicada a missão do novo governador José Ivo Sartori.

O próprio governo federal também deverá promover cortes nos investimentos, principalmente aqueles realizados por meio de transferências de recursos para Estados e Municípios. “E deve reduzir o ritmo de expansão dos repasses para as áreas de saúde e educação, afetando o financiamento desses serviços nos Estados e, principalmente, nos Municípios”, projeta Menegaz.

Recomendação
Diante deste cenário, a assessoria econômica da Famurs orienta os prefeitos a iniciarem o ano com extrema cautela, atualizando todas as suas previsões de receita e promovendo bloqueio nas despesas discricionárias que não possuem cobertura. Menegaz ainda lembra que os municípios estão fazendo a sua parte. Boa parte das prefeituras promoveu o recadastramento imobiliário e a reorganização da cobrança do ISS, buscando, em ambos os casos, maior justiça social. “Estamos agindo e precisamos da compreensão da população para enfrentarmos este momento difícil”, observa o presidente da Famurs.

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Data de publicação: 29/12/2014

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