Abertura do evento ocorreu na noite de terça-feira (23/04), no Cidica, em Canela. Programação se estende até esta quarta-feira
Canela foi palco na noite desta terça-feira (23/04) da abertura do 2° Fórum Gaúcho de Cidades Educadoras. O evento, que segue com programação até esta quarte-feira (24/04), visa reunir gestores municipais e da Educação para debater a transformação dos espaços urbanos em ambientes intencionalmente educadores e mobilizar diferentes setores da sociedade a fazer cidades mais humanas, inovadoras e democráticas.
O encontro, realizado no Centro Integrado de Desenvolvimento e Inovação de Canela (Cidica), contou com a presença de prefeitos, vice-prefeitos, secretários municipais, servidores e profissionais da Educação, que iniciaram o debate sobre as transformações dos espaços urbanos e sociais.
Uma Cidade Educadora é aquela que, para além de suas funções tradicionais, reconhece, promove e exerce um papel educador na vida das pessoas, assumindo como desafio permanente a formação integral de seus habitantes. Ser uma Cidade Educadora é estar preparada para enfrentar problemas, abrindo novas possibilidades para transformação das comunidades e é, ainda, uma proposta que se relaciona à inovação.
A abertura do encontro contou com a presença do coordenador-geral da Famurs, Professor Nado Teixeira, que representou o presidente da entidade, Luciano Orsi. Nado destacou que a educação requer um debate renovável. Ele relembrou momentos marcantes da educação brasileira, como a universalização da educação e sua ampliação recentemente, o piso do magistério, e a criação do Fundeb, que trouxe além da regularidade de recursos a possibilidade da formação continuada de professores.
Ainda em sua fala, o coordenador-geral afirmou que vivemos em um momento de revolução tecnológica e digital, trazendo diferentes desafios para a educação e para a sala de aula, pois a tecnologia está vencendo em todas as áreas de conhecimento. “Precisamos nos servir da tecnologia para implementar aqui O que sonhamos, que é educar o povo brasileiro. Nós temos um papel, que é de educar, de sermos educadores e acolhermos as nossas crianças”, destacou. “Para termos educação integral, precisamos ter prefeitos de Cidades Educadoras”, finalizou.
Anfitrião do encontro, o prefeito de Canela, Constantino Orsolin, destacou em sua fala os investimentos realizados que possibilitaram a implementação de escolas de turno integral no município. Conforme o prefeito, a iniciativa trouxe retorno para as famílias em aspectos econômicos, sociais, culturais e esportivos, além de promover maior tempo de conhecimento e aprendizagem aos alunos da rede. Ele ainda frisou que o poder público deve estender à mão para as crianças, que são o futuro do estado e do país.
Também anfitriã, a secretária de Educação de Canela, Janete Oliveira da Silva Santos, destacou que não existe receita na educação, mas é primordial a troca de experiências entre os gestores, pois é um assunto em transformação e garante a prevenção em ações futuras. Janete também colocou a secretaria à disposição dos gestores para troca de informações e experiências.
Já a dirigente municipal de Educação de São Francisco de Paula, Ana Paula Ferreira Cruz Bennemann, que é membro da diretoria da Undime/RS, utilizou da sua fala para destacar as definições do que é uma Cidade Educadora e frisou que os lugares têm poder de transformar as pessoas, bem como as pessoas transformam os lugares. Desejou que mais cidades no Brasil, e especialmente no RS, se transformem e integrem a rede.
A mesa de abertura contou ainda com a presença do gerente de Governos da Serra do Banrisul, Victor Rafaeli, e da secretária de Educação de Curitiba e coordenadora da Rede Brasileira de Cidades Educadoras (Rebrace), Maria Silva Bacila, que iniciou à conferência de abertura.
Conferência de abertura
Ainda à noite, após a solenidade de abertura, o 2º Fórum Gaúcho das Cidades Educadoras deu início às discussões, com a participação da secretária de Educação de Curitiba e coordenadora da Rede Brasileira de Cidades Educadoras (Rebrace), Maria Silva Bacila. Mediado pela coordenadora de Educação da Famurs, Fátima Ehlert, o painel teve como tema a educação que transcende as paredes da escola para impregnar toda a cidade.
Em uma hora de conversa, Maria Bacila destacou que um município que opta por se tornar uma Cidade Educadora passa a ter uma relação dialética com seus públicos, pois além de ensinar, também se aprende. Além disso, a cidade se transforma em um laboratório de aprendizagens, permitindo novas experiências e transformações dos seus espaços.
A secretária de Curitiba explicou que a forma como as cidades se organizam em seus diferentes espaços e serviços – conectividade, mobilidade, espaços públicos, locais de saúde e escolas, etc – são ações concretas no cotidiano para que as pessoas sintam e percebam o quando se orgulham em pertencer aquele lugar. Para ela, é preciso trabalhar não apenas a transformação dos territórios, mas também a transformação do social. “Primeiro modelamos a cidade, depois ela modela as pessoas”, destacou.
Atualmente, 42 cidades brasileiras fazem parte do movimento Cidades Educadoras, mas Maria destacou que existem muitas cidades potencialmente educadoras, como é caso de Canela, e que é necessário disseminar a rede aos municípios vizinhos, encorajando sua adesão. “Transforme sua cidade em um laboratório de aprendizado, onde cada esquina é uma sala de aula e cada cidadão um mestre em potencial”, finalizou.
O 2° Fórum Gaúcho de Cidades Educadoras recebe o patrocínio de Banrisul, GovBR e Aprende Brasil, além do apoio institucional do Cidica e da Prefeitura de Canela.
Informações da notícia
Data de publicação: 24/04/2024
Créditos: Ellen Renner
Créditos das Fotos: Guilherme Pedrotti