Secretários de educação elegem novos representantes

Os secretários que serão os representantes dos municípios à frente da União dos Dirigentes Municipais de Educação do RS (Undime/RS), na gestão 2017-2019, foram empossados no o 28° Fórum Estadual das Secretarias Municipais de Educação do RS. Promovido pela Famurs, o evento aconteceu nos dias 27 e 28 de março, nos salão de atos da UFRGS, em Porto Alegre.

A nova diretoria da Undime/RS foi escolhida por aclamação do público presente. O secretário municipal de educação de Rio Grande, André Lemes, foi reeleito para o cargo de presidente e agradeceu a confiança dos conselheiros pela escolha. Segundo o representante, a nova executiva terá desafios a cumprir. “Está na nossa principal atribuição fazer a defesa da educação dos nossos municípios. Não interessa a qual partido pertencemos, nosso foco aqui é lutar para que o melhor aconteça com a área”, destacou.

Além do presidente, também foram eleitos os seguintes secretários de educação: para vice-presidente, Marcelo Mallmann, de Estrela; para 1ª secretária, Nirlene Boen, de Palmeira das Missões; para 2ª secretária, Eva Nunes, de Camaquã; para 1ª tesoureira, Eunice Silveira, de Rolante; e para 2º tesoureiro, Marcos Delba, de Esteio.

Paineis

O primeiro painel do segundo dia de atividades do evento trouxe representantes de órgãos de controle para estreitar relacionamento com os municípios. O auditor do Tribunal de Contas (TCE), Vinícius Lacerda, informou aos participantes que durante o ano serão realizadas auditorias nos municípios a fim de identificar as boas práticas na área e prevenir falhas. A representante do Ministério Público, Rosangela Rosa, e a defensora pública Deisi Sartori colocaram-se à disposição para atuar a fim de reduzir o número de ações ajuizadas contra os municípios. “Queremos construir juntos e não apenas apontar”, resumiu Rosa.

Representando a Famurs, o vice-presidente Marcelo Schreinert, completou o debate com a visão dos municípios. Schreinert ressaltou que os prefeitos investem mais do que o previsto em lei na educação. “A legislação prevê 25% do orçamento municipal aplicado na área, mas os prefeitos gaúchos aplicam em média de 28% a 32%”, concluiu. O dirigente reforçou as dificuldades enfrentadas pelos gestores, que veem a sua administração engessada com o excesso de normas a cumprir sem fontes de financiamento claras. “Eu não culpo os órgãos de controle. Eles estão fazendo o seu trabalho. A culpa são dos legisladores que nós escolhemos”, ressaltou.

No painel “O dia em que a escola parou!”, o professor Daniel Guimarães levou ao público uma comparação da educação de antigamente com a atual, através de relatos e experiências próprias. Como lição, o professor destacou: “Temos que conhecer nossos alunos, pois não são alunos padrão como éramos. Não pensam todos iguais e não fazem as mesmas coisas. Não basta apenas saber o nome pela chamada”, aconselhou. “O papel do professor nunca foi ensinar, mas, sim, fazer com que o aluno aprenda”, lembrou.

Palestra de encerramento

A palestra de encerramento do 28º Fórum contou com a presença do professor português Antônio Nóvoa. Ele levou o tema “Como organizar as escolas? Do presente para o futuro”. O professor relembrou que a escola não pode tudo, mas pode fazer muitas coisas, e que – segundo ele -, é preciso ter foco para prolongar e compartilhar dinâmicas e experiências com os alunos. “É muito mais fácil fazer normas ou lei, que podemos fazer sentados em nossas cadeiras. Mas não é disso que as escolas precisam”, disse.

Nóvoa destacou que os professores devem ser capazes de trabalhar nas melhores condições possíveis, sejam físicas, salariais ou profissionais. “Para nos esforçarmos e desenvolvermos essas dinâmicas que, muitas vezes, já existem, mas não são apoiadas. E, pior ainda, às vezes, são destruídas por estas normas, leis e regulamentos”, completou.

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