Os prefeitos de região norte do Rio Grande do Sul clamam por obras de acesso asfáltico.

Os prefeitos de região norte do Rio Grande do Sul clamam por obras de acesso asfáltico. Há mais de duas décadas que municípios da Zona da Produção e Celeiro do Estado aguardam pela conclusão de ligações pavimentadas. São obras em andamento, paralisadas ou jamais iniciadas pelo governo do Estado. A única forma de chegar em dez municípios é a estrada de chão. O assunto foi tema da abertura da quarta edição do programa Famurs Pelo Rio Grande. Promovido pela Federação, o encontro foi realizado nesta sexta-feira (28/11), no auditório da Universidade Regional Integrada (URI), em Frederico Westphalen. Cerca de 130 pessoas entre prefeitos(as), vice-prefeitos(as) e secretários(as) participaram do evento.

Segundo o presidente da Famurs, Seger Menegaz, o pedido de construção de acessos asfálticos está presente na pauta municipalista da entidade. “Cobramos do governo estadual a conclusão dessas obras e faremos essa reivindicação ao governador eleito na Assembleia de Verão”, garantiu o dirigente. Das 104 obras prometidas pelo governador Tarso Genro no Plano de Obras do do Estado, apenas 14 foram concluídas até agora. Dos 90 trechos restantes, 29 estão localizados nas duas regiões do norte gaúcho.

Para o presidente da Associação dos Municípios da Região Celeiro do Estado (Amuceleiro) e prefeito de Chiapetta, Osmar Kuhn, a ligação asfáltica é fundamental para o desenvolvimento do município. “As pessoas vão embora das cidades sem asfalto. Ninguém quer enfrentar estrada de chão”, alertou. Segundo Kuhn, o atraso na conclusão dessas obras prejudica serviços da saúde e da educação. “Dificulta a permanência de médicos na cidade e encarece o transporte escolar”, exemplificou.

Outro setor que sofre com a falta de asfalto é a produção agropecuária. Com economia baseada na criação de suínos, a Zona da Produção tem 23 obras de acesso a ser construídas. “Nossa região tem a pior situação do Estado”, lamentou o presidente da Associação dos Municípios da Zona da Produção (Amzop) e prefeito de Pinhal, Edmilson Pelizari. Conforme o gestor, as empresas não têm interesse em se instalar em cidades que não têm acesso asfáltico. “As pessoas costumam dizer que asfalto não enche barriga, mas sem isso o desenvolvimento não acontece. O asfalto muda a cara de um município”, afirmou.

Esse é o retrato de Dois Irmãos das Missões. De acordo com o prefeito Derli Quadros, a pequena cidade de 2 mil habitantes aguarda a pavimentação do entroncamento de acesso entre o município e a BR-468 há 20 anos. Ele garante que a licença ambiental já foi liberada pela Fepam e que a obra já chegou a ser licitada, mas nunca saiu do papel porque a empresa vencedora desistiu em 2013. “Estamos na contramão do desenvolvimento. Não conseguimos atrair empresas e investimentos, não geramos emprego e renda”, relatou. Segundo Quadros, a estrada de chão encarece o transporte da produção agropecuária. “Para nós, os insumos chegam mais caros do que para outras cidades que têm acesso”, lastimou ao revelar que, em função da falta de asfalto, o município possui apenas uma linha de ônibus intermunicipal.

Entre Palmitinho e Pinheirinho do Vale, a situação se repete. A pavimentação de 18km da RS-528 começou, mas está paralisada. Segundo o prefeito de Palmitinho, Luiz Carlos Panosso, a obra aguarda nova licitação para ser reiniciada. “A falta de acesso barra a criação de aviários em Pinheirinho do Vale. O município tem um frigorífico parado porque nenhuma empresa tem interesse em assumir, sendo que a estrutura foi construída com recursos federais”, revelou o prefeito. “Produzimos 200 mil cabeças de suínos e 1,3 milhão de frango por ano, mas poderíamos fazer mais se tivesse acesso asfáltico”, visualizou Panosso.

Também estiveram presente na abertura do encontro o presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski. Conforme ele, os prefeitos devem evitar fazer investimentos devido ao subfinanciamento de recursos dos programas federais. Ainda participaram do encontro o prefeito anfitrião de Frederico Westphalen, Roberto Fellini Junior, o presidente do Conselho Regional de Desenvolvimento do Médio Alto Uruguai (Codemau) e ex-prefeito de Frederico Westphalen, Edemar Girardi, e a diretora-geral da URI, Silvia Canan.

Municípios da região sem nenhum acesso asfáltico
Barra do Guarita (Amuceleiro)
São Valério do Sul (Amuceleiro)
Sede Nova (Amuceleiro)
Dois Irmãos das Missões (Amzop)
Engenho Velho (Amzop)
Lajeado do Bugre (Amzop)
Novo Tiradentes (Amzop)
Pinheirinho do Vale (Amzop)
São José das Missões (Amzop)
São Pedro das Missões (Amzop)

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A Famurs realiza um ciclo de seminários pelo interior do Estado nos meses de novembro e dezembro. Batizado de Farmurs Pelo Rio Grande, o roteiro segue nesta sexta-feira (28/11) em Frederico Westphalen. Promovido em parceria com as associações regionais e a Confederação Nacional de Municípios (CNM), o evento aborda o licenciamento ambiental, a Lei Kiss e o aumento de receitas municipais, entre outros temas. No quarto encontro estiveram presentes gestores municipais de duas associações regionais de municípios: Zona da Produção (Amzop) e Celeiro (Amuceleiro).

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Data de publicação: 28/11/2014