Uma pesquisa feita pela área da Educação da Famurs com 293 municípios revela que em 2013 mais de 50% das cidades não terão condições de garantir o pagamento do piso do magistério caso se mantenham os índices de reajuste pelo Fundeb.

Uma pesquisa feita pela área da Educação da Famurs com 293 municípios revela que em 2013 mais de 50% das cidades não terão condições de garantir o pagamento do piso do magistério caso se mantenham os índices de reajuste pelo Fundeb. Em época de se fixar os índices de reajuste para 2013, entidades se dividem. Segundo o coordenador geral da Famurs, Julio Dorneles, a Federação terá, até o final deste mês, uma posição sobre o critério de aumento que apoiará.“O índice de reajuste do piso salarial do magistério pelo Fundeb, que neste ano representou 22% de aumento salarial básico, é simplesmente insustentável.”, diz a coordenadora da área de Educação da Famurs, Márcia Mainardi, responsável pela pesquisa. Hoje existem diferentes propostas. Governo do RS e de outros Estados, assim como a Confederação Nacional dos Municípios – CNM – e outras instituições, desejam que o reajuste se dê pela variação do INPC que hoje está em torno de 7,5% ao ano.Algumas confederações e associações de municípios do País defendem que o reajuste seja o índice do INPC mais um terço do Fundeb. Recentemente surgiu no Congresso Nacional a proposta de reajuste pelo índice do INPC mais 50% do índice de aumento do Fundeb. Essa proposta obteve o apoio de diversas instituições, entre elas a Undime, a CNTE e a Campanha Todos Pela Educação. A Famurs soma-se às instituições que buscam, junto ao governo federal, um índice de reajuste capaz de valorizar o profissional sem comprometer e inviabilizar as administrações municipais. Esta será uma das pautas a serem tratadas em Brasília, na próxima terça-feira, dia 13.A pesquisa mostra também que dos 293 municípios ouvidos, 76,45% pagam o piso nacional do magistério, estipulado em R$ 1.451,00 para 40 horas/aula, entretanto, 80% deles não atendem o disposto quanto à carga horária. O professor deve ter um terço do seu tempo de trabalho reservado para formação, correção de provas, elaboração de aulas, e isso não acontece. Os municípios que conseguem cumprir este quesito previsto em lei, o fazem, em geral, para professores das séries finais do ensino fundamental. Na maioria dos muncicípios, adotam o sistema de único professor para os anos iniciais e educação infantil, o que dificulta a garantia de tempo para hora-atividade. Se, neste ano, 23,55% dos municípios pesquisados não conseguiram pagar o piso do magistério, a pesquisa aponta que mais outros 29,35% não conseguirão pagar a partir de 2013, no caso de se confirmarem os índices de reajustes. “Projetamos que a metade das cidades não conseguirão manter os valores salariais previstos para 2013”, diz Márcia.A pesquisa ainda revela outros dados importantes sobre a realidade da educação municipal gaúcha e sua relação com a remuneração dosprofessores, entre eles a discrepância existente entre os salários pagos. Um professor de nível superior de escola municipal no Rio Grande do Sul podereceber R$ 551,37 (menor salário pesquisado), ou R$ 5.032,13 (maior salário verificado) para exercer 20 horas/aula, incluindo gratificações.Fundeb não é suficienteMárcia Mainardi explica que a lei prevê o uso de pelo menos 60% do orçamento do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica – Fundeb– no pagamento dos profissionais do magistério.realizada pela Famurs mostra que 60% dos 293 municípios usam de 80 a100% deste recurso e 13% gastam mais de 100% do Fundeb com a folha de pagamento. “O RS não se enquadra na relação dos entes federados que têmdireito à complementação de recursos federais para o Fundeb”, explica. O que não é levado em consideração é que no Estado existem realidades econômicasdiferentes. Isso mostra que, embora a idéia de se ter um piso nacional seja boa, nem todos os municípios têm as mesmas condições de assumi-lo.Galegira padrão para ser utilizada em Notícias

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Data de publicação: 08/11/2012