Anúncio foi realizado pelo presidente Luciano Orsi durante evento “Economia Criativa, Cultura Ativa”, na sede da entidade


Durante o evento “Economia Criativa, Cultura Ativa”,  realizado nesta terça-feira, dia 17/10, o presidente da Famurs e prefeito de Campo Bom, Luciano Orsi, anunciou a ampliação do escopo de atuação da Área Técnica de Cultura da entidade para abranger a Economia Criativa. O objetivo é trazer o debate do tema para os municípios, demonstrando o potencial econômico das atividades que têm a criatividade como matéria-prima.

Além da cultura, as áreas de Design, Moda, Publicidade, Marketing, Editorial, Audiovisual, P&D, Biotecnologia e TIC são parte da economia criativa. Conforme dados da Firjan, em 2020, o PIB Criativo totalizou R$217,4 bilhões – valor comparável à produção total do setor de construção civil e superior à produção total do setor extrativista mineral. Em termos de PIB, as empresas criativas do Rio Grande do Sul produziram mais de R$9,7 bilhões em 2020. O estado representa cerca de 4,49% de toda a produção criativa nacional. 

Segundo Orsi, o trabalho associado da cultura e da economia criativa, dentro de tantos desafios e oportunidades, tem avançado muito no país, com o envolvimento de pessoas cujas capacidades intelectuais potencializam um conjunto de fatores econômicos nas comunidades. “Por muito tempo se minimizava o papel da cultura e hoje esse setor, com  seu caráter intersetorial, vêm dinamizando a economia dos municípios. O anúncio da Famurs é muito positivo, trazendo mais oportunidades, conectando mais pessoas”, destacou. 

De acordo com o assessor da Área Técnica de Cultura e Economia Criativa da Famurs, Vinicius Brito, a partir de agora, a entidade vai intensificar a participação em eventos, incentivando os dirigentes municipais a levarem esse debate para suas realidades, independentemente do tamanho de cada município. “Nosso compromisso inicial é fazer com que o maior número de pessoas estude e se aprofunde no conceito da Economia Criativa. Nesse momento, a alteração do nome da área técnica, é a principal força pra isso”, explicou.


Abertura

A abertura, realizada pela manhã, contou com a presença do coordenador-geral da Famurs, Professor Nado Teixeira, que destacou em sua fala que a cultura ficou em segundo plano por muito tempo no que diz respeito a políticas públicas, mas frisou que temos hoje o compromisso de fazer da cultura um espaço muito mais generoso, como, por exemplo, através da valorização de profissionais. Mas isso, segundo ele, é possível graças a uma mudança de cultura e linguagem. “O contexto da era digital nos faz ter esperança de que a cultura se potencialize. Estamos diante de um povo brasileiro criativo, mas que dos seus 50 milhões de jovens, 27 milhões não estudam ou trabalham formalmente. São 27 milhões de jovens que precisam se inserir no ambiente da cidadania para podermos pensar, de fato, em um Brasil muito melhor de se viver. E eu acho que isso é possível através da cultura, da economia criativa e de encontros como esses, pois a esperança continua a partir da cultura”, avaliou. 

A presidente do Codic/RS, Renata da Silva, enfatizou em sua fala que, após a pandemia, tivemos uma virada de chave nas políticas públicas voltadas para à cultura, com mais investimentos, recursos e muita demanda, mesmo com pouca mão de obra, mas com o compromisso de comprovar a potência da cultura e da economia criativa. “Como presidente do Codic, fico muito feliz de saber que a Famurs está mudando o discurso e empenhado tantas iniciativas em favor da economia criativa, para mudarmos o discurso da cultura e entender ela além da emoção, do sentimento e do pertencimento, mas também como algo que transforma, colabora e emprega”, afirmou. 

Representando o governo federal, a coordenadora do Escritório Estadual do Ministério da Cultura, Mari Martinez, participou da abertura do evento e afirmou que a gestão colaborativa entre os entes é uma prioridade do governo e declarou que é preciso avançar em políticas públicas no estado, para que a cultura não seja vista como um gasto, mas como vetores econômicos e de desenvolvimento local e regional. Durante sua fala destacou que são 410 mil empregos gerados pela pasta e que a cultura representa 3% do PIB brasileiro, superando a indústria automobilística e farmacêutica. 

Também presente, a secretária-adjunta da Cultura do RS, Gabriella Meindrad, frisou que o estado já deu os primeiros passos em direção à cultura da economia criativa, lembrando que o governo do Estado tem atuado nesse campo através do programa estratégico RS Criativo, que busca promover o desenvolvimento e o fortalecimento da economia criativa e tem levado capacitação e conhecimento para muitos gaúchos. 

Durante o dia, painéis abordaram o que é Economia Criativa; as políticas públicas do Estado e o detalhamento do programa RS Criativo; o trabalho da Prefeitura de Porto Alegre através da Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa; além de apresentar cases dos Territórios Criativos nos municípios de Santa Maria, Novo Hamburgo e Gramado.

As fotos do evento estão disponíveis no Flickr da Famurs. Clique aqui e acesse.

Informações da notícia

Data de publicação: 17/10/2023

Créditos: Ellen Renner e Janis Morais

Créditos das Fotos: Ellen Renner