Famurs apoia rota hidroviária entre Porto Alegre e Barra do Ribeiro

O presidente da Famurs, Luciano Orsi, participou neste domingo, dia 09/07, da abertura oficial do 3° Velejaço Solidário em Barra do Ribeiro. A comitiva de autoridades e imprensa teve a oportunidade de navegar a bordo do catamarã Viva Guaíba, no trajeto Pier do Pontal, em Porto Alegre, até o município da Costa do Doce. Na oportunidade, atendendo antiga reivindicação da comunidade náutica gaúcha, o município inaugurou molhes de 200 metros e um farol para facilitar o acesso e ancoragem nas margens do Arroio Ribeiro.

Após a chegada do catamarã, houve a apresentação dos jovens músicos da Fábrica de Gaiteiros, projeto do músico natural de Barra do Ribeiro Renato Borghetti, em um palanque montado na Praia da Picada, abrindo a fala das autoridades. 

“O turismo náutico tem um potencial enorme para fomentar novos empreendimentos, gerar riqueza, renda e novos postos de trabalho. São atividades que podem ser exploradas de forma sustentável em benefício de toda a comunidade”, defendeu o presidente Orsi. 

A Famurs apoiou o evento, a convite do prefeito de Barra do Ribeiro, Jair Machado, na perspectiva de reforçar os pleitos dos municípios hidroviários que buscam alavancar o aproveitamento das hidrovias, o turismo náutico e novos empreendimentos portuários no RS. No total, 67 municípios gaúchos têm costa de rios ou lagoas navegáveis.

"É um sonho que está prestes a se tornar realidade. Estamos trabalhando para buscar a revitalização da orla, investimos nas obras dos molhes e farol, tudo para viabilizar a estrutura necessária que dê suporte a uma linha turística inicial, e depois quem sabe uma linha de passageiros", projeta.

O secretário estadual do Turismo, Vilson Covatti, também concordou com a oportunidade de estabelecer uma rota turística hidroviária ligando a Capital à Costa Doce. “Queremos trabalhar em conjunto com o governo federal e garantir também investimentos do governo do Estado para mudar a realidade do turismo gaúcho, que infelizmente tem ficado de costas para as nossas lagoas”, afirmou. O secretário estadual de Logística e Transportes, Juvir Costella, também participou do evento, representando o governo do Estado.

O embaixador do Uruguai no Brasil, Guillermo Eduardo Valles, participou da programação e ressaltou a importância de implementar a ligação entre a Lagoa dos Patos e a Lagoa Mirim, interligando o Mercosul pelas hidrovias, tanto pelo potencial turístico como pela característica logística e de transporte de carga.      

O deputado estadual Marcus Vinicius destacou que o investimento em obras de dragagem  é um passo necessário para expandir o transporte hidroviário na região. "Primeiro de tudo nós temos que ter uma condição de dragagem boa nessa região. No passado, a Barra do Ribeiro tinha seus engenhos, que transportavam arroz em casca para o porto de Rio Grande. Após esse investimento a linha turística pode se tornar um roteiro de final de semana”, relatou.

O prefeito de Arambaré e presidente da Acostadoce, Jardel Cardoso, destacou que a região precisa estimular o modal hidroviário. “Temos uma riqueza que poucas regiões possuem, que é a nossa Laguna. Hoje o catamarã chegou aqui e quem sabe amanhã não chegue em Tapes, e até Arambaré, quem sabe a gente não faça uma grande exploração, grandes passeios, grande turismo na Costa Doce”, projetou. 

Além de centenas de embarcações que chegaram ao Velejaço, a Praia da Picada contou com arena gastronômica, shows musicais, feira da agricultura familiar, show de fogos na inauguração dos molhes e a tradicional tainha na taquara. O público foi convidado a doar alimentos não perecíveis para ajudar comunidades carentes.

O Rio Grande do Sul já teve 1,2 mil quilômetros de hidrovias navegáveis. Atualmente, a exploração é de apenas 700 quilômetros. Entre os objetivos da Comissão de Municípios Hidroviário da Famurs estão: a divulgação das regiões potenciais para uso das costas dos rios e lagoas, bem como os seus atributos para o exercício de múltiplas atividades econômicas; a promoção de políticas públicas visando o desenvolvimento das hidrovias; a descentralização das autorizações para permitir ao poder local a outorga de terminais portuários de pequeno porte e a busca de programas de dragagem e sinalização permanentes nas hidrovias gaúchas.