Comitiva conheceu o primeiro bairro público inteligente do Brasil que funciona como uma sandbox para testar novas tecnologias

O universo das startups envolve aplicar conhecimento para gerar novas soluções. Em geral, são empresas que desenvolvem produtos ou serviços inovadores que ainda dependem de testes dos usuários visando o seu aperfeiçoamento. Como empreender é sempre uma tarefa difícil, o Parque Tecnológico Itaipu (PTI) criou um ambiente controlado e com facilidades legais para que protótipos possam ser desenvolvidos mais rapidamente. 

Dentro do conceito de sandbox, um antigo bairro de Foz do Iguaçu, que originalmente foi criado para abrigar parte dos 40 mil trabalhadores da construção da Usina Binacional Itaipu, conhecidos como barrageiros, tornou-se uma mini smart city.  Semáforos que ficam verdes quando o cruzamento está livre e paradas de ônibus com wi-fi e conector USB para carregar o celular são exemplos de iniciativas que tornam as cidades melhores de morar e que podem ser vivenciadas na Vila A Inteligente.

Para preparar gestores municipais para a transformação das cidades, a Famurs, juntamente com o PTI e o Sebrae, promoveu entre os dias 24 e 25/04, uma Imersão em Smart Cities, com a participação de 20 agentes públicos de oito municípios. A proposta foi providenciar uma abordagem ampla do tema, partindo de pormenorizar o conceito de cidades inteligentes, trazendo luz ao arcabouço legal, normativas e governança, apresentação de cases até a visitação de laboratórios, centrais de inteligência de dados e centros de desenvolvimento tecnológico. 

De acordo com o analista de negócios na Parque Tecnológico Itaipu Leonel Rodrigues, o programa de imersão busca atender as demandas dos gestores públicos. “Buscamos apresentar o conceito, as estruturas e os mecanismos das cidades inteligentes para apoiar os municípios a contratar tecnologias e levar soluções inovadoras para os municípios”, explicou. Ele reiterou ainda a importância da parceria da Famurs. “A ideia é manter essa parceria com novas edições e esperamos suprir as necessidades e apoiar o desenvolvimento dos municípios gaúchos”, acrescentou. 

Para o prefeito de Horizontina, Jones Jehn da Cunha, a oportunidade de aprendizado vai subsidiar novas ações para o seu município. “Estou tendo a oportunidade de participar de uma imersão em um grande parque tecnológico que funciona como um ecossistema de inovação, aprendendo mais sobre cidades inteligentes, e interagindo com ideias novas que certamente vão melhorar a vida das comunidades. É muito importante que os gestores públicos participem e estejam atentos a essas melhorias”, avaliou. 

A possibilidade de promover transformações nas comunidades a partir do contato com novas tecnologias também foi apontada como um dos benefícios da participação da imersão pelo vice-prefeito de Encruzilhada do Sul, Emanuel Guterres Nobre. “Quando falamos em cidades inteligentes pensamos em oferecer melhor condição de vida para a nossa população e é através de cases de sucesso como os que foram apresentados aqui que nós gestores idealizamos e pensamos em nosso município de acordo com o tamanho e as necessidades locais. As mudanças vêm muitas vezes a partir do conhecimento que a gente adquire em oportunidades como essa”, ressaltou.

O prefeito de Estância Velha, Diego Francisco, também compartilhou uma avaliação positiva dos dois dias de imersão em Smart Cities. “Estamos buscando melhorias para as cidades, cidades inteligentes, mais humanas, mais desenvolvidas. Eu gostei muito da imersão. Foram falas fáceis de entender e de colocar em prática, além de trazer métodos e indicadores, trouxe também formas de aplicação disso no dia a dia. Foi uma imersão bem diferente do que estou acostumado. Quero compartilhar esse conhecimento com quem outros gestores”, afirmou.

O secretário de Desenvolvimento de Esteio, Felipe Costella, também agradeceu a oportunidade à Famurs. “Conhecer o Parque Tecnológico Itaipu e o primeiro bairro público inteligente do Brasil abre novas perspectivas. Para nós inovação, tecnologia são fundamentais e essa imersão proporciona retornar ao município de Esteio com conhecimento importante e que vai fazer a diferença para a nossa população no futuro”, comentou.

Gestão de Resíduos Sólidos –  Um dos cases mais interessantes apresentados na imersão envolve mais de 55 municípios do oeste do Paraná, que participam do Programa Gestão de Resíduos Sólidos, por meio da assessoria do PTI. Para a realização da coleta seletiva foram construídas 67 Unidades de Valorização de Reciclados (UVRs). Também foi criado o Reciclômetro, uma ferramenta online utilizada para o monitoramento da reciclagem na região, que possibilita a avaliação operacional das UVRs. Desde 2017, o PTI vem apoiando o planejamento e a operacionalização da reciclagem e da disposição final de rejeitos, por meio de investimentos feitos pela Itaipu Binacional e pelas prefeituras da área de atuação da usina.    

Centro de Inteligência e Gestão Territorial – A preocupação dos gestores públicos com os efeitos das mudanças climáticas pode encontrar apoio no uso de dados e, é justamente com essa proposta que Centro de Competência Inteligência e Gestão Territorial foi um dos locais visitados pelo grupo de gestores gaúchos. O centro trabalha com monitoramento e assessoria ambiental, treinamentos especializados, construção de banco de dados e geoprocessamento. O objetivo é desenvolver soluções na área ambiental que agregam valor à tomada de decisão, visando garantir o desenvolvimento regional sustentável.

Espaço Living Lab ABDI – Em conjunto com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), o PTI possui um Laboratório Vivo de tecnologias para tornar as cidades mais inteligentes. São várias soluções em testes, desde abastecimento de veículos elétricos, compartilhamento de carros e bicicletas, iluminação inteligente e monitoramento por drone. Outro foco do laboratório é a geração de biogás com matéria orgânica. Itaipu já conta com uma planta piloto geradora de biometano, que abastece a frota de 80 carros a gás da hidrelétrica. 

Labmaker PTI – Espaço de Prototipação - Trata-se de um espaço cheio de novas tecnologias com o objetivo de disseminar a cultura maker e de inovação, por meio do incentivo à criação, prototipação, educação ativa e empreendedorismo. O espaço dispõe de ferramentas, maquinários e uma equipe especializada para modelagem e amadurecimento de ideias para desenvolvimento de soluções que podem ser aplicadas em nosso dia-a-dia nos mais variados contextos. O trabalho baseia-se num ambiente de colaboração e transmissão de informações entre grupos e pessoas. 

Centro de Desenvolvimento Tecnológico - É uma grande estrutura com laboratórios de usinagem, mecânica; de ensaio de baterias, soldas; de realidade virtual/aumentada, simulações elétricas, entre outros. Possui uma das maiores infraestruturas de simulação em tempo real da América Latina, utilizando a plataforma RTDS (Real Time Digital Simulator). Atende quatro centros de competências do PTI: Automação e Simulação de Sistemas Elétricos, Estrutura de Barragens, Segurança Cibernética e Energias Renováveis, em que atua no desenvolvimento de mobilidade elétrica, baterias de sódio e produção de hidrogênio.

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Data de publicação: 28/04/2023

Créditos: Janis Morais

Créditos das Fotos: Janis Morais