A Famurs realizou um levantamento com os prefeitos gaúchos que poderão concorrer a reeleição no próximo pleito, dia 15 de novembro.

A Famurs realizou um levantamento com os prefeitos gaúchos que poderão concorrer a reeleição no próximo pleito, dia 15 de novembro. O estudo aponta que dos 497 gestores, 392 assumiram o cargo na última eleição, em 2016, e estão aptos a disputar o segundo mandato. No entanto, nem todos irão encarar às urnas. Foram 291 prefeitos que manifestaram interesse na reeleição, o que representa 74% dos gestores aptos. 

Ainda assim, este é um dos maiores índices de busca pela reeleição para chefia do executivo municipal. Para se ter ideia, na última eleição, menos da metade dos prefeitos e prefeitas concorreram. Dos 222 candidatos, apenas 115 foram eleitos novamente. 

Para o presidente da Famurs e prefeito de Taquari, Maneco Hassen, a escolha dos gestores em buscar um novo mandato representa coragem, além de demonstrar preocupação com os municípios e cidadãos, frente ao momento de crise causado pela pandemia de covid-19 e que deve se manter em 2021. “A partir do ano que vem teremos os reflexos econômicos e sociais de uma crise como esta que estamos passando e que, infelizmente, irá se perpetuar por um tempo. Os prefeitos e prefeitas enfrentarão um aumento de demanda na prestação de serviços públicos, como saúde, vagas na educação e assistência social.São homens e mulheres corajosas,  abnegados e preocupados com a sua cidade”,ressalta. 

O levantamento elaborado pela Federação também aponta que 101 gestores que poderiam tentar a reeleição optaram por não entrar na disputa. Os motivos para esta decisão são diversos, como articulação política, pressão administrativa ou até mesmo questões pessoais. De acordo com o presidente da Famurs, as principais razões são a dificuldade de se fazer gestão pública; o aumento frequente de responsabilidades e as limitações financeiras. 

“Este número elevado de desistências nos surpreendeu, mas este número representa o aumento de responsabilidades dos municípios, que vem assumindo serviços com menor repercussão financeira e com menor aporte financeiro dos governos federal e estadual”, justificou Maneco. 

Além disso, o presidente da entidade ressaltou que a desistência dos prefeitos à reeleição também está relacionada a pressão cada vez maior do Tribunal de Contas e do Ministério Público, que interferem na gestão dos municípios, em situações que muitas vezes os gestores não tem culpa ou não realizam de maneira dolosa. O presidente da Famurs entende que muitos dos casos poderiam ser resolvidas com diálogos e orientações por parte dos órgãos de controle. “Isso é algo que tem melhorado, através de parcerias e trabalhos conjuntos com os órgãos de fiscalização, mas precisamos nos esforçar para melhorar a relação com os municípios. Certamente este é um fator que inibe a participação das pessoas na política e inibe boa parte dos prefeitos e prefeitas que poderiam ir à reeleição e não vão por conta dos processos que certamente sofrerão depois que saírem da administração municipal”

Somados aos prefeitos e prefeitas que já estão em seu segundo mandato, serão, ao todo, 206 novos gestores municipais no estado, em 2021. 

Confira na tabela abaixo a média da busca pela reeleição por regional:

REGIONAL TOTAL DE MUNICÍPIOS* GESTORES QUE IRÃO BUSCAR A REELEIÇÃO TOTAL %
Acostadoce 8 8 100%
Amaja 15 13 86,7%
Amasbi 11 7 63,3%
Amau 20 18 90%
Amcentro 29 20 68,9%
Amcserra 9 5 55,5%
Amesne 26 18 69,2%
Amfro 9 9 100,0%
Amlinorte 18 17 94,4%
AMM 20 11 55,0%
Ampara 4 3 75,0%
Ampla 12 8 66,6%
Amserra 5 4 80,0%
Amuceleiro 19 13 68,4%
Amucser 8 6 75,0%
Amufron 17 13 76,4%
Amunor 17 11 64,7%
Amuplan 10 7 70,0%
Amvarc 15 10 66,6%
Amvarp 11 6 54,4%
Amvars 10 9 90,0%
Amvat 27 21 77,7%
Amzop 27 17 62,9%
Asmurc 7 6 85,7%
Assudoeste 7 6 85,7%
Azonasul 18 15 83,3%
Granpal 13 10 76,9%

* Apenas nº de municípios em que poderia haver reeleição

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Data de publicação: 05/10/2020