Mariovane (à esq.

Mariovane (à esq.) cobra investimentos e ações de prevenção. Foto: Bira Azevedo.

Um debate sobre a seca no RS marcou a estreia do presidente da FAMURS, Mariovane Weis, como membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do Estado (Conselhão). Durante encontro realizado nesta quarta-feira (8/2), na sede do Conselhão, localizada no Centro Administrativo, representantes de entidades reivindicaram uma série de medidas ao governo do Estado. Entre os pedidos, foi solicitado mais atenção ao problema, a elaboração de planos de prevenção e o repasse extra de R$ 250 mil a cada um dos municípios atingidos.

– Os municípios investem todos os anos R$ 500 milhões na saúde e R$ 60 milhões no transporte escolar, que são de responsabilidade do governo. Estamos exauridos de recursos para combater a estiagem porque temos que pagar a conta do Estado – protestou o presidente da FAMURS.

Recurso insuficiente e direcionamento de verba

Mariovane Weis ainda classificou o repasse de R$ 51,9 mil por município como insuficiente para amenizar os danos da estiagem e alertou sobre a dificuldade que as Prefeituras estão tendo para ter acesso a estes valores.

– Esse recurso é uma miséria, e o direcionamento da verba é uma interferência na autonomia dos prefeitos. Somos nós que conhecemos a realidade das nossas comunidades e sabemos quais as prioridades de investimento – reclamou Weis.

Burocracia e desatenção

A burocracia na liberação dos recursos também foi alvo de críticas do Frei Sérgio Goergen, que é ligado ao Movimento dos Pequenos Agricultores.

– Temos a sensação que os governos federal e estadual não estão dando a atenção necessária à gravidade do problema. Essa é uma das piores secas que já enfrentamos – alertou o Frei.

Falta de estrutura e de planejamento

Segundo afirma o promotor de justiça Alexandre Saltz, o Estado não tem condições de resolver situações emergenciais por não possuir estratégias preventivas.

– Estamos esquecendo de analisar a ausência de estrtura dos órgãos estaduais de recursos hídricos. O governo não se preparou para enfrentar essa operação e não tem um plano de contingência para enfrentar eventos hidrológicos como a seca, as cheias e a mortandade de peixes – advertiu o promotor do Ministério Público.

Estiagem no RS

O governo do RS tem o objetivo de desenvolver políticas permanentes com programas de combate a seca de médio e longo prazo. Entretando, o secretário de Obras Públicas, Irrigação e Desenvolvimento Urbano, Luiz Carlos Busatto, afirmou que as medidas escolhidas pelo Estado foram emergenciais.

– Tínhamos que atacar o problema naquela hora, mas combinamos com o Ministério da Agricultura uma linha de financiamento para comprar de equipamentos de irrigação e empréstimo de máquinas para recuperação de açudes – tranquilizou Busatto, ao citar as propostas do Plano Estadual de Irrigação, que será lançado no mês de março.

O secretário também falou que o governo busca investimentos na construção de seis novas barragens, entre elas a de Taquarembó e a de Jaguari, que já estão em andamento.

Busatto prometeu buscar alternativas para reduzir perdas na lavoura. Foto: Bira Azevedo.i lançar Programa de Irrigação

Estiagem no RS

De acordo com dados da Defesa Civil, 339 municípios gaúchos já decretaram situação de emergência. Do total, apenas 117 receberam a cota de R$ 51,9 mil, repassada pela União.

Até agora, 101 Prefeituras não manifestaram interesse no auxílio. É o caso de Protásio Alves, que recebeu verba para revitalização poços d'água, mas necessita de dinheiro para perfurar novos.

Enquanto isso, a Prefeitura de Doutor Maurício Cardoso abdicou do investimento, tendo em vista que o município carece de bebedouros, e o repasse é direcionado à aquisição de cestas básicas.

Assessoria de Comunicação Social

Redação: Maurício K. Tomedi

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Data de publicação: 08/02/2012