A proposta dos gestores de Mostardas e Tavares é criar uma linha de crédito, com carência de dois anos, além de um socorro para as famílias de até 10 mil reais.

Além da agricultura e pecuária, a estiagem chegou até o maior refúgio de aves migratórias do sul do Brasil. Após dois anos seguidos de clima adverso, a economia, a pesca artesanal, o turismo e a biodiversidade estão sendo drasticamente afetados no Parque Nacional da Lagoa do Peixe, nos municípios de Tavares e Mostardas. Para amparar a comunidade local, que vive tradicionalmente da pesca, gestores municipais buscam aprovar auxílio financeiro às famílias até a recuperação hídrica da área. No total, 201 pescadores e cerca de 1.000 pessoas, considerando as famílias.


Preocupado com a situação apresentada pelo prefeito de Mostardas, Moisés Batista Pedone de Souza, nesta quarta-feira, dia 1º de março, o presidente da Famurs, Paulinho Salerno, manifestou apoio à pauta. “A estiagem tem impacto econômico para diferentes setores, no caso da Lagoa do Peixe, a informação que recebemos é que 90% do reservatório está seco, isso representa risco ambiental, e exige apoio às famílias que vivem da pesca”, avaliou.


A reivindicação é pela criação de uma linha de crédito com dois anos de carência para os pescadores e mais um auxílio emergencial por família de no mínimo R$5 mil reais, chegando até R$10 mil. Por se tratar de uma unidade de conservação, protegida por lei, apenas a pesca artesanal é permitida. No entanto, a estiagem afetou a atividade. O verão é o período da safra do camarão-rosa. 


Conforme dados do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que administra o Parque Nacional da Lagoa do Peixe, apesar do nome, trata-se de uma laguna, por causa da comunicação com o mar. Com cerca de 60 centímetros de profundidade em média, 35 quilômetros de comprimento e 2 quilômetros de largura, a área é um berçário para o desenvolvimento de espécies marinhas, como o camarão-rosa, tainha e linguado.


No final de 2022, foi assinado, pelos representantes do ICMBio e dos pescadores da Lagoa do Peixe, o Aditivo ao Termo de Compromisso, em vigor há 3 anos, que define regras para a atividade da pesca artesanal tradicional no Parque Nacional da Lagoa do Peixe. Ainda de acordo com o ICMBio, está sendo implantado, em fase experimental, o monitoramento da variação de profundidade e de salinidade dos lagamares da Lagoa do Peixe.

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Data de publicação: 01/03/2023

Créditos: Janis Morais